"Quando a última árvore cair e os rios forem envenenados, você não pode comer dinheiro(...)".No trecho musical de "The Seed", a cantora e compositora Aurora Aksnes, ao emprestar-se de um provérbio indígena, procura trazer à tona a importância da sustentabilidade que, no século da exploração e devastação desenfreada de recursos naturais, gerados pela ganância capitalista e consumista, têm se tornado cada vez mais pertinente. Nesse contexto, o sistema capitalista industrial depreda a natureza a medida em que prioriza interesses econômicos acima das necessidades do meio-ambiente, acarretando uma série de problemas socio-ambientais. Assim, o professor de agroecologia e co-fundador da Universidade Federal da Fronteira Sul, Inácio Andrioli, afirma que os interesses de lucro não garantem nenhuma base na sustentabilidade social e ambiental. Entretanto, é o contrário do que deveria ocorrer, uma vez que a inconsequência de um sistema industrial cego dos prejuízos ambientais que causa, mesmo a longo prazo, tende a esgotar elementos essenciais à existência do ser humano em detrimento de riquezas materiais triviais.Por esse motivo, deve-se atrelar os sistemas industriais a alternativas ecológicas e eficientes no seu consumo afim de atrelar a indústria à opcões sustentáveis. Dessa forma, como legítimo fruto do capitalismo, o consumismo se faz cúmplice no esgotamento de recursos naturais do planeta.Em 2018, o Instituto Akatu-mobilização voluntária em prol da sensibilização social ao consumo consciente-, em uma pesquisa, constou 76% dos entrevistados(1090 homens e mulheres maiores de 16 anos) como consumidores compulsivos, o que, além de sustentar e motivar o capitalismo, significa acúmulo excessivo de materiais, geralmente de composição não biodegradável, ao passo que os atuais produtos garantem tempo de vida útil cada vez menor e, por conseguinte, aumenta a demanda, gerando mais exploração ambiental desenfreada.Logo, para que o capitalismo industrial seja freiado, urge-se que o prejuízo ao meio natural causado pelo consumo inconsciente seja mitigado com formas alternativas, renováveis ou biodecompostáveis, de consumo para assegurar recursos às gerações e séculos futuros. Evidencia-se, assim, a importância do desenvolvimento de meios conservacionais para garantir a renovação de recursos à atual e, consequentemente, futuras gerações.Portanto, faz-se mister que o Governo atue por meio do estabelecimento de Gestão Ambiental como uma área de competência no MCTIC(Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação) para o incremento de políticas ecologicamente corretas eficazes e, finalmente, assimilação da consciência verde.Somente assim, o homem poderá, não derrubar árvores, mas levantá-las, não envenenar rios, mas nutrí-los e desfrutar de viver em harmonia com o seu habitat.