" É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada." A frase proferida pelo escritor Bernad Shaw, faz referência à importância de se adequar às mudanças decorrentes da evolução da humanidade, todavia, observa-se uma constante relutância quanto aos desafios para a democratização da telemedicina no Brasil, uma vez que compreende-se a importância da tecnologia na medicina, porém a precariedade da saúde brasileira é o óbice em questão. Sendo assim, medidas são necessárias com o intuito de contornar essa problemática.
Em primeiro plano, vale ressaltar que a virtualização da medicina facilita o atendimento. De acordo com a lei 13.989, regularizada em abril de 2020, a telemedicina é uma ferramenta a ser utilizada enquanto durar a pandemia da covid-19. Nesse sentido, nota-se que a regulamentação de consultas médicas a distância, possibilita que a população tenha acesso à diagnósticos clínicos sem precisar sair de casa, o que não é apenas benéfico para pacientes com doenças crônicas, classificados em grupos de risco, como também para evitar a propagação do vírus e a superlotação dos hospitais.
Em segundo plano, a precariedade na estrutura da saúde brasileira é o óbice em questão. Segundo dados da OMS, apenas 3,7% do orçamento do Governo Federal foi destinado à saúde pública em 2018. Com isso, é evidente que o descaso governamental nas questões de saúde pública impede o progresso, uma vez que a carência de recursos financeiros impossibilita a introdução e a manutenção da telemedicina, além de impedir a capacitação de médicos para atuar na área sem que os pacientes sejam prejudicados.
Portanto, medidas são necessárias a fim de contornar o problema. Para isso, o Governo Federal deve investir arduamente na melhoria das instituições de saúde pública, por meio da disponibilização de verbas que possibilitem a adequação dos hospitais a telemedicina, com o objetivo de fornecer a estruturação necessária para realizar consultas a distância de qualidade. Também, é necessário que o Conselho Federal de Medicina ofereça cursos de capacitação aos médicos e demais profissionais, com a finalidade de instruí-los sobre a melhor forma de se adaptar as mudanças requeridas. Somente assim, será possível que a humanidade evolua em conjunto com a tecnologia.