Consequências do abuso de álcool na sociedade brasileira
Na aclamada coleção literária de George R. R. Martin, as “Crônicas de Gelo e Fogo”, a personagem Tyrion Lannister abusa constantemente do álcool, buscando uma forma de escape, e tem seu julgamento profundamente afetado pela droga. Destarte, fica evidente que o uso desenfreado da bebida e o raciocínio comprometido por esta resultam em sérias consequências, tais como a potencialização de situações violentas - sobretudo no âmbito doméstico - e a exposição prematura de menores aos etílicos.
Diante dessa perspectiva, é essencial citar o potencial amplificador dos alcoolizantes sobre situações violentas, especialmente no que diz respeito ao campo familiar. No seriado televisivo “This is Us”, é apresentada a história de Jack Pearson, cujo pai, dependente da substância, tornava-se progressivamente mais agressivo e cruel conforme seu consumo. À vista disso, a ingestão descomedida dos alcoolizantes serve como inebriante do julgamento ético, aumentando situações de perigo doméstico - tanto em número de incidência quanto em risco - é inconciliável com a garantia da segurança como direito universal brasileiro, como previsto na Constituição de 1988.
Outrossim, torna-se digno mencionar o papel que a oferta prematura dos etílicos cumpre, como uma das principais repercussões do consumo exagerado dos inebriantes. Conforme o pediatra, dr. João Paulo Becker, qualquer droga utilizada antes da maturação do cérebro eleva o risco de dependência e problemas relacionados a ela. Ainda segundo o profissional, a maior parcela da iniciação no uso dessas começa em casa, enfatizando a responsabilidade parental nesse quesito. Assim, a oferta do álcool no seio familial, independente das intenções originais, corrobora com o imbróglio, nutrindo o círculo vicioso da bebida e, consequentemente, da sua dependência.
Logo, urge ao Estado amenizar o quadro atual, o qual ameaça propagar-se cada vez mais, se não impedido. Nessa lógica, para que o efeito potencializador da violência doméstica seja amenizado, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos - órgão responsável por implementar, promover e assegurar os direitos humanos no Brasil - deve criar campanhas de conscientização acerca da profunda relação entre o abuso da droga e a hostilidade perigosa, por meio das mídias digitais. Outrossim, o Ministério da Saúde deve apoiar programas de recuperação para jovens dependentes de alcoólicos - como o Projeto Vida, idealizado na capital catarinense - por intermédio de fundos de suporte financeiro às organizações beneficentes, e implementar palestras escolares, acerca dos perigos do consumo da bebida em tenra idade. Desse modo, será criado um ambiente favorável ao fim do consumo exagerado dessa substância, no país, tal qual às infâncias destruídas pela violência doméstica aliada aos entorpecentes, como a de Tyrion e Jack Pearson.