A série Americana Insantiable retrata tanto o cotidiano de uma jovem que sofre bullying por seu corpo está fora dos padrões, como também a incansável busca por um "corpo perfeito". Nesse viés, a atual realidade não se difere da ficção, uma vez que a gordofobia e a padronização do corpo na sociedade brasileira evidencia que o preconceito estético sofrido pela personagem da série, infelizmente ocorre na realidade. Já que, a naturalização da gordofobia e a falta de políticas públicas para o seu combate, contribui para a permanência desse preconceito.
Primordialmente, a normalização de comentários preconceituosos em relação ao peso de uma pessoa como forma de "ajuda", destaca que o preconceito não está só enraizado, como também é neutralizado pela sociedade e órgãos públicos. Sob essa ótica, a cultura Greco-Romana idealizada que para ter uma mente sã, o corpo também deveria estar são, o que demonstra que historicamente a inteligência de um ser estava diretamente ligada à aparência física de seu corpo. Posto isso, tal ideia equivocada ainda se observa na sociedade, visto que o culto ao corpo magro como exemplo de bem-estar exclui quem está fora desse padrão e por sua vez oprime e ridiculariza quem se recusa a estar dentro dessas exigências e, dessa forma, podendo deixar traumas físicos e psicológicos na vida desses indivíduos. Outrossim, a negligência no auxílio para o pleno convívio dessas pessoas na sociedade é outro fator agravante da problemática. Sob esse viés, situações constrangedoras sofridas no dia a dia por pessoas gordas, evidencia a ineficiência estatal em promover o bem-estar social dessa população, visto que situações como pegar um ônibus ou até mesmo assentos de aviões desapropriados para atender essa população, podem colocar a integridade dessas pessoas em risco. Logo, essa falta de acessibilidade é tanto silenciada, como também ignorada pelo Governo. Diante do exposto, portanto, o Poder Legislativo deve elaborar medidas que possam punir a gordofobia no Brasil, por meio de leis que assegurem o respeito para essas pessoas-em virtude de que ainda não existirem leis especificas para esse ato- tal como punição para esse tipo de comentários e ações consideradas preconceituosos, a fim de desconstruir a normalização dessas atitudes. Além disso, o Estado deve ampliar a acessibilidade nos locais públicos para essas pessoas, e assim respeitar e garantir os seus direitos como cidadão.