No contexto atual, o termo "ressocialização" pode ser definido como o ato de inserir determinado indivíduo recluso no meio social novamente. Nesse ínterim, é evidente a catástrofe popular resultante da escassa adesão a tal ação no Brasil, sendo que o filme "Homem-Formiga", que retrata a história de um ex-presidiário que recorre ao crime devido a falta de oportunidade, demonstra o atual cenário do país. No entanto, observa-se que essa questão ocorre por ineficácia política, além do preconceito da sociedade.
Em primeiro plano, deve-se analisar a inoperância governamental como principal causadora do problema. Nessa perspectiva, é exequível referir-se ao consenso mundial retinente a baixa taxa de aceitação relacionada a antigos detentos, pois, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de 12,5% do corpo carcerário não tem acesso ao estudo ou trabalho após o cumprimento da pena, fator que demonstra uma escassez de medidas viáveis para solucionar a adversidade. Destarte, em virtude da regência não investir em novos projetos de lei que garantam a criação de vagas no setor público e privado, direcionadas para a integração social dos detentos, como forma de suprimir tal desacordo, tanto por um profundo desinteresse no caso quanto por maiores investimentos direcionados a outras áreas, a cita: à saúde. Em decorrência disso, a população presidiária tende a permanecer abandonada pelo o Estado, o que culmina na confirmação do longa-metragem supracitado.
Em paralelo a isso, é essencial aludir sobre o julgamento do meio social como outro imortalizador do obstáculo. Sobre esse viés, é factível remeter ao que afirmava Karl Marx, famoso sociólogo alemão, o qual denotava que o real motivo para a existência das contravenções está na carência de empatia para com os excluídos da coletividade. À vista disso, é notório o desvio de convicção da maioria da população, o que os leva a desenvolver um pensamento de condenação, ao deduzirem que não há possibilidade de mudança na moralidade de certos indivíduos. Em consequência, o povo pende a perpetuar tal visão de mundo, o que corrobora os dados mencionados.
Entende-se, portanto, que a continuidade da questão dos desafios para a ressocialização dos detentos é fruto de ineficácia política e preconceito do meio social. Diante disso, o Poder Legislativo e Judiciário, responsáveis por criar e julgar leis, respectivamente, devem conceber novos projetos de lei que garantam a disponibilidade de vagas em escolas ou universidades públicas para ex-presidiários de uma forma geral, por meio do desenvolvimento de cotas específicas para os entes, com o objetivo de modificar o cenário hodierno. Ademais, as instituições de ensino, incumbidas de disseminar o saber, precisam promover palestras sobre os perigos da estigmatização dos carcérarios, mediante a explicações de psicólogos, com a finalidade de proporcionar a metonímia social relacionada ao caso. Por fim, dessa forma, será possível alcançar a transformação do contexto atual sob a ótica marxista.