TEMA: "A importância do ensino de ecologia na escola".
A Constituição Federal de 1988 garante e confirma a responsabilidade social do país com o meio ambiente. Nesse sentido, o ensino de ecologia nas escolas mostra-se extremamente importante, pois possibilita a tomada de consciência, pelos estudantes e pela sociedade em geral, a respeito da preservação ambiental. Contudo, a valorização desse conhecimento enfrenta problemas graves, derivados da falta de investimento público na disciplina e do desinteresse da maioria dos alunos.
Frente a tal realidade, convém discutir a ausência de suporte estatal para que o ensino de ecologia tenha sua relevância considerada. É pertinente a essa discussão, a perspectiva grega de que a educação da “pólis” deve promover e formar cidadãos livres e conscientes, por meio do estudo analítico e da reflexão filosófica. Contrariamente a essa criticidade proposta na Antiguidade Clássica, a falta de fomento governamental nos estudos ecológicos provoca a desinformação e a alienação dos indivíduos, visto que, sem dinheiro ou equipamentos adequados para as pesquisas escolares, ocorre o sucateamento da disciplina. Desse modo, a omissão do poder público, que deve garantir a conscientização sobre o desenvolvimento sustentável por meio do ensino de ecologia, acentua a desvalorização dessa área do conhecimento.
Além disso, o desinteresse nas questões propostas pelas aulas desse conteúdo, pela maioria dos estudantes, é fator agravante da problemática. Félix Guattari ilustra essa realidade de desvalorização do tema ao afirmar que há uma constante evolução técnico-científica que, em contrapartida, instauram uma série de fenômenos de desequilíbrio ecológico. Nesse sentido, vê-se claramente que a desatenção dos alunos em relação às aulas de ecologia enquadra-se na perspectiva abordada pelo pensador, visto que os discentes estão inseridos em um contexto social marcado pelo uso excessivo de tecnologia e distanciamento das questões ambientais. Assim, a diminuição da importância dessa disciplina é intensificada pela irrelevância dada a ela pelos estudantes.
Portanto, cabe ao Estado, enquanto regulador e promotor do bem-estar e da harmonia social, promover a criação de fundos públicos, por meio de propostas parlamentares, destinados especificamente para a disciplina de ecologia, principalmente na educação básica, com a finalidade de oferecer recursos materiais e pedagógicos, o que garantirá a adequada oferta da disciplina. Ademais, é fundamental que as escolas promovam eventos temáticos enfocando o meio ambiente, em vários momentos do ano letivo, por meio de congressos e seminários com biólogos e profissionais da área, com intuito de se instaurar uma cultura de valorização do ensino de ecologia no país.