A Constituição Federal de 1988, documento legal máximo do Brasil, prevê a igualdade civil e jurídica entre homens e mulheres na nação brasileira. Entretanto, tal prerrogativa não se concretiza na prática, haja vista que as pessoas do sexo feminino ainda enfrentam, no atual século, diversos entraves para a sua inclusão no âmbito federal, seja no mundo do trabalho, seja na representação política. Essa conjuntura, causada, sobretudo, pela presença de preconceitos enraizados na sociedade nacional, pode ser revertida caso haja campanhas educativas que visem desfazer essa mentalidade misógina. Urge, portanto, que se discutam as causas da desigualdade de gêneros no país, assim como caminhos eficazes para a combater.
Em primeiro lugar, é fundamental apontar a existência de uma cultura nacional machista e preconceituosa como catalisadora do fenômeno supracitado. Nesse sentido, o sociólogo francês Émile Durkheim descreve como "fatos sociais" ideias e comportamentos que são aceitos e tidos como corretos pelos membros de uma sociedade. Por analogia, percebe-se que a ideologia misógina se classifica como um fato social no país, uma vez que grande parte da população brasileira adere a noções equivocadas de que as mulheres são, socialmente, inferiores aos homens, fato que contribui para a redução do papel das brasileiras no âmbito federal. Depreende-se, pois, que a presença de preconceitos em relação à figura feminina corrobora a desigualdade de gêneros no Brasil.
Em segundo lugar, é preciso entender o potencial das escolas no tocante à reversão do problema em questão. Nessa lógica, consoante ao educador Paulo Freire, a educação é uma ferramenta libertadora, capaz de despertar a consciência social dos alunos. À luz dessa noção, observa-se que, caso o corpo docente do país se mobilize de maneira a instruir os estudantes a respeito da importância das mulheres para o progresso da nação, as cidadãs brasileiras poderão usufruir de novas conquistas civis, visto que a sociedade alterará, positivamente, sua visão acerca da participação feminina no mercado de trabalho, assim como na vida política. Logo, educar os mais jovens poderá solucionar essa problemática em um futuro próximo.
Em virtude dos fatos mencionados, são necessárias ações educativas com a finalidade de combater a desigualdade de gêneros no Brasil. Desse modo, é dever do Ministério da Educação, como órgão estatal responsável pelas diretrizes educacionais, desfazer estereótipos e noções misóginas estabelecidos na comunidade nacional, por meio da promoção de palestras escolares, ministradas por professoras e representantes de direitos feminos, que dialoguem com a camada estudantil sobre o papel das mulheres na construção da nação brasileira. Tais ações devem ser efetuadas a fim de que a igualdade entre gêneros prevista na Carta Magna seja realidade no cenário federal.