Desafios para a erradicação da pobreza menstrual no Brasil
No documentário “Absorvendo o tabu”, presente no catálogo da Netflix, o problema relacionado a pobreza menstrual na Índia é retratado. Infelizmente, o fato abordado na obra está presente no atual contexto nacional, visto que muitas mulheres não possuem acesso aos absorventes. Dessa forma, é necessário analisar alternativas que solucionem os principais fatores da pobreza menstrual ainda persistir: o Estado, que é negligente e a mídia, que se mantém inerte diante do problema.
Primeiramente, é coerente afirmar que os impasses para o fim da pobreza menstrual estão ligados, principalmente, à falta de eficácia do Estado. Segundo Nicolau Maquiavel, os governantes devem promover o bem universal com o fito de se manterem no poder. Portanto, a escassez de projetos estatais que visem o acesso livre de absorventes contribui fortemente para a continuidade dessa problemática, uma vez que a pobreza menstrual, segundo a Unicef, atinge meio milhão de mulheres no mundo. Logo, se ainda há um problema no meio social, os responsáveis pelo Estado estão sendo negligentes.
Em uma segunda análise, a pobreza menstrual também está ligada à ausência de postura das empresas de comunicação. Assim como Zygmunt Bauman declarou, “Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte “. Perante a isso, a mídia investe em publicações fúteis e deixa de lado questões importantes, como por exemplo a pobreza menstrual. Com isso, o público se volta para questões indiferentes ao invés de dar ênfase à situação das mulheres que não possuem acesso aos absorventes.
Por fim, medidas são necessárias para mitigar os casos de pobreza menstrual. Para isso, o governo adjunto ao Ministério da Educação e ao CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) devem, por meio de verbas aos órgãos de justiça, promover palestras em escolas e publicidades nos meios de comunicação sobre a situação dessas mulheres que vivem a pobreza menstrual. Além disso, o governo deve oferecer absorventes nos postos de saúde e nas escolas. Por consequência, essas ações conseguirão diminuir os casos de pobreza menstrual.