O Brasil firmou um acordo internacional com a ONU - denominado Agenda 2030 - com os objetivos para a próxima década, entre eles se destacam: o desenvolvimento de cidades sustentáveis e a produção e o consumo responsáveis. Em contrapartida, a problemática do lixo no país é um entrave para a garantia de tais projetos, tendo em vista a negligência estatal no correto descarte de dejetos e a falta de conscientização ambiental da sociedade. Assim, é vital a análise dessa conjuntura em busca de mitigá-la e garantir a sustentabilidade da nação.
Nessa perspectiva, cabe salientar o papel do Estado como fomentador da problemática do lixo. Isso ocorre porque há ineficiência desse órgão na efetivação de políticas voltadas para o descarte sustentável de dejetos. Tal panorama é comprovado pela presença dos lixões no território, uma vez que denota a falha do país em extingui-los até 2010, como determinava a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Desse modo, observa-se, infelizmente, a inércia dada pelo próprio poder público na resolução sustentável da questão do lixo, o que reflete certo desprezo com os discursos aos quais se compromete.
Ademais, a falta de conscientização ambiental por parte dos brasileiros também fomenta a perpetuação do lixo como um problema contemporâneo. Nesse prisma, não há, geralmente, nas instituições de ensino, projetos realmente engajados para instigar a responsabilidade do aluno com o descarte de materiais, haja vista que as matérias escolares costumam tratar questões ambientais como um tópico meramente avaliativo. Esse quadro vai de encontro à teoria de Hans Jonas sobre o princípio de responsabilidade, uma vez que não se vê, atualmente, preocupação com as condições que deixaremos o mundo para as gerações futuras. Assim, enquanto não houver uma reavaliação dessa cultura, o lixo e outros problemas ecológicos persistirão.
Por conseguinte, para amenizar a problemática do lixo e reestruturar a visão ecológica do Estado e da sociedade, cabe ao Ministério da Educação - órgão responsável pelo ensino no país - criar programas e cartilhas que tratem o lixo como um problema cotidiano dos estudantes. Tal ação se daria por meio da orientação de biólogos e ativistas para conscientizar as novas gerações sobre o descarte apropriado de materiais e cobrarem a efetividade do governo nos acordos e políticas ambientais. Com isso, o país estará mais próximo de cumprir com a Agenda 2030 e formar uma sociedade mais responsável com o meio ambiente.