O quadro expressionista “o grito”, do pintor norueguês Edvard Munch, retrata a inquietude, o medo e a desesperança refletidos no semblante de um personagem envolto por uma atmosfera de profunda desolação. Para além da obra, observa-se, na conjuntura brasileira contemporânea, o sentimento de milhares de indivíduos pela evasão escolar é amiudadamente, semelhante ao ilustrado pelo artista. Nesse viés, torna-se crucial analisar as causas desse revés, dentre as quais se destacam a negligência governamental e a falta de uma base familiar estruturada.
A princípio, é imperioso notar que a indiligência do Estado potencializa a evasão escolar na realidade brasileira. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das instituições zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, todavia, sem cumprirem sua função social com eficácia. Sob essa ótica à baixa atuação das autoridades, faz com que os alunos desistam da escola cada dia mais, devido a falta de investimentos e preocupação com a educação do país. Nessa perspectiva, para a completa refutação da teoria do estudioso polonês e mudança dessa realidade, faz-se imprescindível uma intervenção estatal.
Outrossim, é igualmente preciso apontar a falta de uma base familiar que incentive o jovem ou adolescente como outro fator que contribui para a manutenção do problema. Posto isso, de acordo com Emile Durkheim, sociólogo francês, os fatos sociais podem ser normais ou patológicos. Seguindo essa linha de raciocínio, observa-se que um ambiente patológico, em crise, rompe toda harmonia social, visto que um sistema corrompido não favorece o progresso coletivo. Diante de tal exposto, pode-se afirmar que se o ambiente familiar está em crise, o aluno irá ter uma infrequência escolar.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Governo, por intermédio do Ministério da educação e economia, crie leis de investimento, que ofereçam bolsas e estágios remunerados, para que chame a atenção dos alunos que estão fora da área escolar e permaneça com os que já tem, a fim de suprir a desestruturação familiar, a necessidade financeira, para que haja o complemento em suas rendas. Espera-se assim, que os sofrimentos emocionais retratados por Munch delimitem-se apenas ao plano artístico.