De acordo com o artigo 215 da Constituição Federal, é dever do Estado garantir o acesso e o exercício pleno da cultura por todos os brasileiros. Porém, nota-se que esse direito não tem sido assegurado, uma vez que a leitura, assim como o acesso aos livros é de difícil alcance à grande parcela da população brasileira. Dessa forma, os altos valores dos livros nas livrarias e também a introdução de uma literatura desinteressante nos anos escolares afastam as pessoas e diminuem o incentivo à leitura no Brasil.
Em primeira análise, existem brasileiros interessados e apaixonados por literatura, sendo estes das mais variadas classes sociais. Dessa forma, o que distancia a realidade entre essas pessoas, é que aquelas que podem custear os preços altos das obras, frequentam as livrarias e consomem os livros, e a outra parte- a maioria- não possui acesso financeiro, sendo desestimulada pelo próprio processo capitalista envolvido na indústria da cultura. À vista disso, fica evidente que a cultura ainda é restrita à uma determinada e reduzida parcela da população de forma a excluir muitos cidadãos.
Ademais, de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil mais de 50% da população brasileira se diz leitora. Contudo, essa porcentagem poderia ser maior, pois, muitas vezes as instituições de ensino iniciam a vida literária das crianças e adolescentes de uma forma trivial. Nesse sentido, a introdução de obras literárias mais antigas e de difícil compreensão ou até mesmo sobre temas considerados irrelevantes na idade dos leitores, desinteressa-os do hábito da leitura. Dessa forma,esse tipo de ensino torna incentivar os mais jovens a se apaixonarem pelos livros e obras uma missão desafiadora.
Portanto, faz-se necessário medidas que visem o aumento do acesso e incentivo à leitura no Brasil. Dessa forma, o Ministério da Educação deve promover uma revisão dos temas dos livros disponibilizados pelas escolas por meio de uma pesquisa nacional com os estudantes para identificar os assuntos mais relevantes para eles, a fim de inserir na rotina das instituições de ensino livros que realmente atraiam os jovens à leitura. Ademais, a Câmara de Deputados deve promover o debate e a discussão de leis que diminuam os valores finais dos livros às pessoas de baixa renda. Dessa forma, será possível garantir às mais diversas classes sociais o acesso à cultura, além de acrescentar o número de leitores através das escolas.