DESAFIOS À PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NO BRASIL
No livro “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman, são tratados aspectos que contribuem para a construção individual de uma pessoa com inteligência emocional, ou seja, que tem a capacidade de solucionar problemas e se adaptar a mudanças sem que isso a afete. Essa obra vai ao encontro de inúmeros assuntos, dentre eles, os desafios à promoção da educação empreendedora no Brasil, tendo em vista que o empreendedorismo no país não é muito valorizado na formação da população. Dessa maneira, a falta de iniciativa e a educação brasileira são assuntos importantes na discussão da temática.
Em face dessa compreensão inicial, a ineficiência das medidas estatais realizadas culminam em uma maior dificuldade para a propagação do empreendedorismo. Acerca disso, o filósofo Theodor Adorno dizia que a formação do indivíduo deve auxiliar na construção de sua consciência crítica. Esse pensamento enfatiza a importância de uma maior inserção da educação empreendedora nas instituições de ensino, já que o contato com esse assunto faz com que a sociedade possa valorizar tal conhecimento e aplicá-lo no seu cotidiano. A título de exemplo, “Jovens Empreendedores Primeiros Passos” é um curso, aplicado já no ensino fundamental, que procura quebrar possíveis conclusões precipitadas a respeito do tema e inserir os jovens no mundo do empreendedorismo. Logo, para que a sociedade esteja familiarizada e tenha um pleno domínio sobre aspectos empreendedores, é necessário um maior investimento da educação de forma mais abrangente.
Outrossim, a educação brasileira tradicional também se torna um fator limitante para o desenvolvimento dessa aprendizagem. De acordo com o filósofo alemão Schopenhauer, os limites do campo de visão do indivíduo determinam seu entendimento sobre o mundo. Essa compreensão se relaciona com a forma pelo qual o brasileiro é educado, já que a educação aplicada no Brasil consiste no corpo docente ser aquele detido de conhecimento, atuando de maneira ativa nas aulas, enquanto que os alunos apenas digerem aquilo dito pelo professor e atuam de forma passiva, sem que haja um estímulo próprio para aprimorar seu desenvolvimento. Assim, vê-se a urgência para mudanças no modo como a educação do país é implementada.
Destarte, medidas são necessárias para combater os obstáculos que dificultam a promoção da educação empreendedora no Brasil. Posto isso, o Ministério da Educação, por meio de parcerias entre Estado e instituições de iniciativa privada, deve investir em ações educativas com o objetivo de conscientizar a população a respeito da importância do empreendedorismo na vida cotidiana e maneiras de utilizá-lo a seu favor. Essas ações devem ser realizadas em escolas, mediante palestras periódicas e aulas temáticas inseridas na Base Comum Curricular, desde o ensino fundamental, para que as crianças já tenham um contato com o empreendedorismo desde cedo. Além disso, deve haver um maior oferecimento de cursos gratuitos sobre o assunto para que haja um alcance para a população como um todo. Com isso, será possível observar mudanças significativas e estruturais na construção de um país em que a sociedade tenha o desempenho satisfatório, tanto social quanto profissional, que Goleman aborda em seu livro.