Tema: A importância da educação financeira no Brasil
Em 1929, os EUA viveram uma das mais graves crises da história: a Grande Depressão, que obrigou a sociedade a desenvolver consciência no manejo do dinheiro. Entretanto, substancial parcela dos brasileiros está distante de vivenciar a educação financeira imposta pela Quebra da Bolsa, o que é evidente em virtude da falta de planejamento e do despreparo em administrar o capital. Desse modo, há de se combater a extrema pobreza, bem como a precária estrutura de ensino do Brasil.
A princípio, é indubitável que a inabilidade em lidar com o dinheiro decorre da histórica cultura de concentração de renda. A esse respeito, a formação do Brasil foi marcada pela colônia de exploração, que, desde o século XVI, promove a desigualdade econômica e a miséria. Nesse sentido, o brasileiro acostumou-se a viver com recursos escassos, e o planejamento financeiro não é a prioridade em uma nação marcada pela exploração colonial, que ainda se perpetua de forma negativa no país e submete os cidadãos à marginalização constante. Dessa maneira, a falta de experiência com o dinheiro prejudica o indivíduo, na medida que é inviável ter uma eficiente educação financeira quando não há o que administrar.
Outrossim, o sistema retrógrado das escolas inviabiliza a capacidade da população de executar devidamente a administração econômica. Nessa perspectiva, o modelo escolar que ainda está vigente no país baseia-se no método do período da Revolução Industrial inglesa do século XVIII, a qual impõe a uniformização do comportamento para se chegar à submissão do indivíduo. Essa subserviência manifesta-se desta forma no país: os brasileiros não são estimulados a terem sucesso nas suas finanças, mas sim a dependerem dos seus empregadores. Antes, a educação financeira daria a possibilidade de rapazes e moças emergirem socialmente e de exigirem melhores condições de emprego e de vida, o que, no Brasil, não era- e ainda não é- o interesse das classes dominantes.
Há de se buscar, portanto, alternativas capazes de resolver o impasse. Para tanto, o Ministério da Educação, instância responsável pelas políticas nacionais educativas, deve problematizar a histórica cultura de pobreza, que ainda permanece enraizada na sociedade, por meio de eventos pedagógicos, a exemplo de aulas e palestras, que mostrem a necessidade de se organizar os gastos, sobretudo em tempos de crise, a fim de estimular homens e mulheres, desde a infância, a gerenciarem devidamente o dinheiro. Ademais, impende que as instituições educacionais viabilizem a educação financeira, mediante a capacitação eficaz do corpo docente e a atualização do currículo escolar, com o intuito de qualificar os indivíduos na administração dos seus recursos financeiros. Assim, espera-se, com essas medidas, que histórias como a da Grande Depressão fiquem, em breve, apenas no passado, e que o presente seja marcado pela prosperidade e igualdade.