De acordo com o Artigo 225 da Constituição Federal Brasileira, o meio ambiente ecologicamente equilibrado deve ser preservado para as presentes e futuras gerações. Entretanto, no Brasil e no mundo, diversas atividades antrópicas provocam sérios impactos em seus ecossistemas, em destaque, as queimadas. Isso se evidencia não só pela escassez de políticas públicas, como também pelo descaso por parte da população em geral.
Convém analisarmos, a princípio, a ausência de medidas governamentais efetivas para combater o problema. Nesse contexto, apesar de recursos destinados aos incêndios florestais no território nacional, o setor ambiental requer máxima atenção do governo, que recentemente apresenta entraves para monitorar as áreas de risco, fiscalizar o desmatamento e as queimadas criminosos. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke, configura-se como uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir a proteção da natureza e bem-estar dos brasileiros, o que infelizmente é evidente no país.
Além disso, a alienação social contribui para a persistência da questão. Nesse sentido, a filósofa alemã Hannah Arendt, em “A Banalidade do Mal”, refletia sobre o resultado do processo de massificação da sociedade, o qual formou indivíduos incapazes de realizar julgamentos morais, tornando-se alucinados e aceitando situações sem questionar. Nesse viés, o pensamento da filósofa está relacionado ao contexto de alienação da sociedade brasileira, no qual os sujeitos sociais se calam diante das questões ambientais sérias, como alertar as autoridades sobre possíveis focos de incêndios e preservar o meio ambiente, desconsiderando a importância desses recursos para a comunidade. Dessa forma, é essencial superar esses paradigmas e conscientizar a população.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de ações para resolver o impasse. Dessa maneira, o governo, como instância máxima da administração executiva, deve rever as bases destinadas ao setor ambiental, por meio de políticas de monitoramento, capacitação de agentes ambientais e prevenção de possíveis queimadas. Ademais, criar campanhas nas redes socais e televisão que detalhem práticas sustentáveis, denúncia de práticas ilegais e advirtam dos perigos dos incêndios criminosos. Espera-se, com isso, preservar o equilíbrio ambiental, como proposto no Artigo 225.