OS EMPECILHOS PARA A PROMOÇÃO DA MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL NO BRASIL
A mobilidade urbana é o deslocamento da população, com intuito de desenvolver as atividades econômicas e sociais das cidades. Desse modo, o movimento das massas está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento sustentável da sociedade. Contudo, no Brasil, esses conceitos ficam apenas na teoria, evidenciando os empecilhos para que a locomoção dos brasileiros seja feita visando a sustentabilidade. Isso acontece em função da influência histórica do rodoviarismo no país e da fragmentação dos modais, mostrando a necessidade urgente de mudanças.
Nesse contexto, ressalta-se que o forte estímulo à expansão da indústria automobilística se deu durante o governo de Juscelino Kubitschek, que tinha o objetivo de integrar o território nacional. Sobre esse aspecto, criou-se no brasileiro a cultura do carro e do uso compulsório das rodovias, que influencia o engrandecimento do número de veículos nas vias nacionais e colabora para o constante aumento da emissão de gases tóxicos na atmosfera. Conforme o Instituto de Energia e Meio Ambiente, os automóveis são responsáveis por 72% da difusão de poluentes no ar, consequentemente agravando os problemas ambientais já existentes. Dessa forma, a preferência por modais privados em vez de coletivos e/ou alternativos, como o metrô e as bicicletas, faz com que haja uma piora na qualidade dos ecossistemas das regiões afetadas pelo rodoviarismo extremado.
Ademais, convém debater que, a ausência de integração dos meios de transportes impede que a mobilidade urbana seja baseada no desenvolvimento sustentável. Acerca disso, em uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, revela que, em média, os brasileiros usam três diferentes modais durante a semana e, sem a incorporação dos variados meios de locomoção, os custos financeiros e o tempo de deslocamento da população aumentam significativamente. Diante disso, a falta de integração dos modais prejudica a flexibilidade das massas, especialmente os usuários de transporte público, impossibilita a atuação sustentável dos modos de movimentação civil e degrada a natureza com a demanda rodoviária existente no país.
Em síntese, são perceptíveis os empecilhos para a promoção da mobilidade urbana de maneira sustentável. Portanto, o Poder Executivo, exercendo a sua função de gestor nacional e executor das leis, por meio da mídia, deve criar campanhas de conscientização da população a respeito do uso irresponsável das rodovias e dos modais com alta emissão de gases tóxicos no país. O intuito dessas medidas é diminuir a propagação de poluentes, melhorar a qualidade do ar e promover o desenvolvimento sustentável na comunidade. Além disso, o Governo Federal deve desenvolver políticas públicas que visem a integração dos meios de deslocamento urbano, a fim aprimorar a mobilidade das massas na sociedade brasileira, possibilitando, assim, melhores condições sociais à população.