No que diz respeito a atual distribuição de água em todo o território brasileiro, nota-se crescente escassez hídrica em decorrência do aumento do desmatamento dos biomas brasileiros. Um exemplo disso é a diminuição dos níveis dos reservatórios nacionais em 2021, consequência das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Dessa forma, é válido analisar que as crises hídricas atuais são consequência de uma cultura de desperdício e desmatamento.
Segundo o ativista ambiental Paul Watson, a inteligência se dá pela capacidade das espécies em viver em equilíbrio com o meio ambiente. No entanto, ao relacionar essa ideia à realidade, nota-se a desarmonia entre sociedade brasileira e natureza à medida que o homem não tem agido de forma racional e explorado cada vez mais os recursos naturais. A escassez de água é consequência de mais de 500 mil hectares desmatados na Amazônia para dar espaço à prática agropecuarista, segundo o Greenpeace. Assim sendo, cumpre ressaltar que a busca pela expansão da agricultura é o agente causador de grande parte do desmatamento, e consequentemente, da crise hídrica brasileira.
Nessa lógica, observa-se que há extremo desperdício de água tratada nos ambientes urbanos. Isso ocorre por falta de estrutura a qual impede que a água seja transportada pela tubulação corretamente, então cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos de água são perdidos por dia na capital carioca, segundo estudo realizado pelo Instituto SocioAmbiental. Logo, é interessante salientar que parte da água malgasta é devido a má estrutura das companhias de tratamento aquífero.
Portanto, é notória a necessidade de reformas estruturais e econômicas, para diminuir o ciclo de perda d'água no Brasil. Como forma de combater o problema é preciso que o Poder Legislativo, por meio de novas leis e normas, desenvolva um projeto para a manutenção das estações de tratamento d’água a fim de diminuir o desperdício por falhas estruturais. Além disso, é dever do Governo Federal desenvolver um plano de substituição econômica para que o setor primário não seja prioritário diminuindo assim o desmatamento e a crise hídrica.