No filme Jogos Vorazes, é retratado um grupo de pessoas selecionadas pela população, a estarem sendo filmadas em todos os momentos de duração de um programa para a televisão, o qual os participantes são desafiados colocando suas próprias vidas em risco. Nesse sentido, a narrativa revela a assimilação que pode ser notada entre os escolhidos e a sociedade, indivíduos com inúmeros conflitos internos, que dependem do julgamento alheio para se sentirem representados na comunidade em que vivem. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada no filme pode ser relacionada àquela da contemporaneidade: Reality shows que refletem as ações previstas fora da mídia, sendo elas, boas ou ruins, e a sociedade que impõe seus hábitos e pensamentos em cada homem.
De antemão, é importante destacar que o ser humano é falho, e isso é facilmente visto dentro dos reality shows, como o big brother e a fazenda. No período de Jesus Cristo, eram feitos, por voto popular, a entrega de liberdade a um criminoso, que pode ser exemplificado na história de Barrabás, um bandido reconhecido por seus crimes terríveis, o qual foi solto pela comunidade, pois se identificavam, as pessoas, com seus feitos. Apresenta-se, assim, o quão doentio podem ser essas relações para os civis, quando de forma ardil, as massas são manipuladas pelas mídias de suas respectivas épocas, antes, os jornais e a voz do povo, hoje, os programas em reality e a internet.
Ademais, as pessoas não conseguem modificar suas ideias, preconceitos, importâncias e afins, pois isso nasce desde o surgimento do homem no planeta, assim, reforçando os pontos negativos e positivos de cada geração. No filme Uma noite de crime, por exemplo, os Estados Unidos é responsável por uma lei em um futuro distante, que permite aos cidadãos realizar qualquer tipo de criminalidade durante vinte e quatro horas por ano, ao longo da trama, fica nítido que várias pessoas não concordam com a prática, mas precisam agir em consonância para que não sejam mortas nos limites norte-americanos. Paralelamente, essa visão, quando ampliada ao território brasileiro, nota-se diversas ações que por si só, refletem o efeito manada, tais como as raciais, sexistas e privativas. Logo, é inevitável que a situação perdure, ainda, por muito tempo, concomitantemente ao reforço ocasionado pelos reality shows nessas ações já mencionadas.
Dessa forma, é preciso que o Ministério das Comunicações -MCom- tome providências visando amenizar o quadro atual. Para os reality shows não serem mais um espelho da sociedade e sim, um entretenimento, urge que o MCom em conjunto as emissoras de televisão, como a Globo e a Record, por meio de uma seleção mais elaborada e arguição, que busquem novas formas de entreter o público em frente as telas, remontando o pensamento geral da nação brasileira em ações construtivas e positivas. Somente assim, será possível findar esse problema e desenvolver, a partir da mídia televisiva sul-americana, o bom convívio e a cidadania entre o povo brasileiro.