TEMA: Desafios no uso das tecnologias na educação brasileira
A Terceira Revolução Industrial, que teve início no século XX, engloba avanços significativos não só de inovações nas indústrias, como também nas tecnologias. Entretanto, embora a também chamada Revolução da Informação represente diversos progressos para a humanidade, o Brasil enfrenta inúmeros desafios quanto ao uso de aparelhos tecnológicos na educação brasileira. Tal contratempo pode ser explicado por fatores socioeconômicos e gera consequências para o corpo civil.
Diante desse contexto, a desigualdade social é um dos principais impasses relacionados à problemática. Com efeito, segundo Eric Hobsbawn, a evolução gera exclusões, principalmente, no que se refere à distribuição de rendas. Nesse sentido, a afirmação do historiador britânico figura como realidade no território nacional visto que, de acordo com o IBGE, um em cada quatro brasileiros não estão inseridos na 'internet', o que representa uma falha nesse método educacional, pois impede o aprendizado dos jovens que não tem acesso aos meios digitais. É, portanto, essencial que todos tenham o direito de acessar as mesmas ferramentas computacionais, visto que a inserção de um modelo que seja responsável por excluir, ou prejudicar, os que vivem em situação de carência econômica é inadmissível.
Além disso, o baixo desempenho escolar configura-se como um legado do déficit tecnológico dos estudantes. Conforme o SAEB, ferramenta oficial de avaliação educacional, houve uma piora da proficiência dos alunos com a adoção do ensino remoto na pandemia, fator relacionado à falta de recursos. Sob tal cenário, essa defasagem para diversos cidadãos contradiz os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pelas Nações Unidas, já que esse projeto prevê a educação equitativa e de qualidade como um aspecto imprescindível para assegurar os direitos e o bem-estar das crianças e dos adolescentes. Assim, percebe-se que a necessidade de utilizar dispositivos eletrônicos, que seriam potenciais facilitadores no processo de educação, serviu de instrumento para evidenciar, ainda mais, o abismo social entre as classes no Brasil: o décimo país mais desigual do mundo.
Fica claro, dessa maneira, que medidas devem ser tomadas para contornar esse quadro preocupante. Cabe ao Ministério da Educação, órgão do Poder Executivo Federal, distribuir recursos pedagógicos, por intermédio de verbas governamentais, com o intuito de democratizar o acesso ao conhecimento e, consequentemente, garantir, sem distinção, a inclusão de todas as camadas da comunidade. Espera-se, com isso, que diferente do que Eric Hobsbawan pensava, as evoluções possam ser benéficas para todas as classes sociais.