Cultura do cancelamento
Com o advento da Revolução Técnico-Científico-Informacional, o mundo passou a conhecer o conceito de globalização na prática, através da transmissão de informações, pela internet. Logo, as pessoas começaram a estar mais conectadas, compartilhando suas vivências nas redes sociais. Com isso, os usuários criaram a falsa liberdade para poder julgar as ações dos outros indivíduos, massacrando-os virtualmente. Diante disso, é imprescindível debater acerca da cultura do cancelamento na contemporaneidade.
Em primeiro lugar, a criação de padrões a serem seguidos é um problema. Nesse contexto, a frase proferida pelo filósofo Teodor Adorno, "A mídia cria certos estereótipos que tiram a liberdade de pensamento dos espectadores", faz alusão a realidade atual, na qual o corpo social sofre influência das redes socais nas suas atitudes, ocorrendo padronização comportamental. Dessa forma, as pessoas passam a se sentir pressionadas pela internet, sabendo que uma única frase ambígua ou fora do contexto pode acabar com a carreira e reputação de um indivíduo. Consequentemente, para não sofrer críticas, tornam-se seres sem personalidade e diferença de ideias.
Ademais, a cobrança imposta nas redes afeta a saúde mental dos cidadãos. Nesse sentido, no documentário "O Dilema das Redes", é mostrado como os usuários se importam com os comentários feitos na internet, impulsionando a ocorrência de traumas e fobias. Assim, é perceptível que o psicológico é extremamente atingido com a cultura midiática criada, causando o aumento de problemas, como ansiedade e depressão. No entanto, essa atitude afeta também o estado físico das pessoas, com distúrbios alimentares, bulimia e anorexia. Assim, a sociabilidade fica comprometida, devido ao adoecimento dos indivíduos, esse causado pelas palavras ofensivas ditas.
Fica evidente, por conseguinte, a necessidade de medidas que alertem a população o perigo dessas ações. Portanto, o Ministério da Comunicação deve promover mudanças, por meio de um projeto de lei entregue à Câmara de Deputados. Posto isso, neste é preciso constar a obrigatoriedade de as escolas apresentarem palestras educativas, as quais informem os jovens sobre a influência que o cancelamento tem na vida de quem sofre as graves acusações, mostrando sua relação com a alta taxa de suicídios, principalmente entre adolescentes. Também, as plataformas virtuais devem proibir a escrita de determinadas palavras, sendo essas as que são usadas com maior frequência para xingar nas redes, visando, assim, diminuir as agressões verbais feitas na internet.