TEMA: Desafios da alimentação sustentável na sociedade brasileira
A Constituição Federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 225°, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto, tal prerrogativa não tem sido refletida na prática quando se observa a negligência governamental e o consumismo, relacionado aos desafios da alimentação sustentável na sociedade brasileira, dificultando, deste modo, a universalização desse direito social tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se necessário a análise dos fatores que favorecem esse quadro.
Diante desse cenário, deve-se ressaltar a negligência governamental relacionada aos obstáculos da alimentação sustentável na sociedade brasileira. Segundo o filósofo John Rawls, em sua obra “Uma teoria da justiça”, um governo ético é aquele que disponibiliza recursos financeiros para todos os setores, promovendo uma igualdade de oportunidades a todos os cidadãos e o acesso a uma vida digna. Contudo, a realidade que vivemos é justamente o oposto, já que o estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como o meio ambiente ecologicamente equilibrado, o que infelizmente é evidente no país quando observamos que a maioria das famílias não possuem horta em suas casas. Sendo assim, a sociedade acaba não tendo a oportunidade de utilizar alimentos saudáveis e, por consequência, prejudica a sua saúde.
Além disso, é fundamental apontar o consumismo como impulsionador dos desafios da alimentação sustentável na sociedade brasileira. Com suas raízes vinculadas ao processo de Revolução Industrial, a “sociedade de consumo” é um termo bastante utilizado não só para representar os avanços de produção do sistema capitalista, como também do desenvolvimento econômico e social pautado pelo aumento do poder de compra. Contudo, o consumo pelo consumo é uma maneira contraditória e ineficaz de manter o desenvolvimento das sociedades. Diante de tal exposto, evitar o desperdício de alimentos é essencial, visto que, as perdas de alimentos aumentam as pressões já existentes na terra, na água e na biodiversidade e também na emissão de gás de efeito estufa, afetando os recursos locais e do meio ambiente. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Em suma, fica evidente a necessidade de atenuar os desafios da alimentação sustentável na sociedade brasileira. Portanto, o Governo Federal, como instância máxima da administração executiva, deve, por meio de parcerias com o Ministério do Meio Ambiente, incentivar a diminuição do uso de embalagens, ter uma horta em casa e a valorização do consumo de produtos orgânicos, com o intuito de assegurar esse direito para as gerações futuras e contribuir para o bem comum. Dessa forma, o previsto na Constituição Federal será posto em prática.