A Constituição de 1988 assegura que todo os cidadãos, sendo eles portadores de necessidades especiais ou não, tenham acesso à educação. Nesse sentido, entretanto, esse direito é vilipendiado e muitos são os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. Logo, diante desse cenário, é plausível analisar o papel do Estado e das escolas na corroboração dessa problemática.
Em primeiro plano, evidencia-se, por parte do Estado, a sua negligência diante da situação. Em resumo, a falta e projetos governamentais que visam a inclusão de surdos nas escolas e universidades agrava ainda mais a relidade. Dessa forma, tal fator contribui para a evasão escolar desse grupo, que carece de atenção diante deste tema. Ademais, esse problema hodierno vai contra os ideais do contratualista John Locke, o qual dizia que é dever do Estado garantir direitos básicos à população.
Outrossim, um ponto nevrálgico é a pouca quantidade de profissionais qualificados nas intituições de ensino para atender esse grupo. A princípio, a baixa oferta de docentes que dominam a segunda língua oficial do Brasil ocasiona a marginalização das pessoas não portadoras de audição, uma vez que, quando não há comunicação, fica impossível ensinar. Desse modo, tal fato vai de encontro com a teoria da Invisibilidade Social da filósofa Simone de Beauvoir, a qual diz respeito ao processo de apagamento e exclusão de determinados grupos, neste caso, os surdos.
Fica evidente, portanto, que existem desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. Sendo assim, o Estado - detentor da soberania nacional - por meio do MEC deve criar projetos nas instituições de ensino que incluem os surdos a fim de haver maior participação destes no meio educacional. Além disso, não menos importante, há de ter a capacitação de profissionais da educação, por meio do MEC, para que eles estejam habilitados a se comunicarem na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.