Na obra “Monalisa”, Leonardo Da Vinci retratou a necessidade de equilíbrio entre homem e natureza. Entretanto, no Brasil contemporâneo, é notório que esse balanço não é uma realidade, uma vez observados os impactos da crise hídrica na economia brasileira, os quais têm ocasionado um cenário caótico em todos os setores da sociedade no país. Tal empecilho, devido à negligência estatal, além da diminuição no volume de chuvas, se agrava na sociedade brasileira. À luz dessa conjuntura, evidencia-se a negligência estatal como fator preponderante para a ocorrência do entrave. Segundo Thomas Hobbes, o Estado é responsável pelo bem-estar social. Entretanto, é fato que tal instituição está exercendo um papel passivo frente às crises hídrica e econômica atuais, visto que não reage intervindo no problema ou planejando soluções inteligentes, nem disponibilizando investimentos adequados. Dessa forma, as consequências da crise hídrica refletem na sociedade, principalmente no âmbito econômico com o aumento das faturas de energia elétrica e água, e a redução do fornecimento de ambos os serviços, além do impacto direto na inflação: aumento exponencial no preço dos alimentos e no custo de vida das famílias. Logo, é substancial a mudança desse quadro. Outrossim, é imperioso pontuar que a redução no volume das chuvas no Brasil corrobora para o agravamento do entrave. Nessa perspectiva, de acordo com o portal de pesquisas da UNICAMP, houve aumento nos níveis de emissão de CO2 na atmosfera, fator que, somado ao desmatamento, impacta na fisiologia das plantas e transferência de umidade das árvores para a atmosfera e contribui para a diminuição no volume das chuvas. Com isso, a seca gerada ocasiona uma pressão inflacionária na economia brasileira, uma vez que os setores industriais, de transportes e agricultura sofrem um reajuste no custo de produção. Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar a problemática. Sob esse viés, cabe ao Governo Federal, em parceria com o Ministério da Infraestrutura e Ministério do Meio Ambiente, por meio da inclusão na Base de Diretrizes Orçamentárias, aumentar o número de sistemas de captação hídrica, a fim de se ter mais reservatórios de água e garantir abastecimento no país, além de alternar com fontes renováveis como eólica e solar, a geração de energia elétrica. Ademais, deve-se criar uma campanha de conscientização para mobilizar a comunidade quanto às emissões de CO2 e impedir o cenário caótico de crise hídrica e amenizar o entrave econômico. Assim, o equilíbrio proposto por Da Vinci em sua obra poderá tornar-se realidade.