Em dezembro de 2020, o futebol europeu presenciou uma das cenas mais enigmáticas de todo cenário esportivo. Durante o jogo do PSG (Paris Saint-Germain) contra o Istanbul Basaksehi, o quarto árbitro foi acusado de racismo, o que acarretou em uma onda de protestos por parte dos jogadores e da torcida. De maneira análoga a isso, o esporte tem um papel fundamental no combate ao preconceito. Neste prisma, destacam-se dois aspectos importantes: O estigma social deixado pelo racismo e a importância da representatividade.
Primeiramente, é indiscutível que as marcas deixadas por uma sociedade que cresceu em meio ao racismo e o preconceito, influenciam diretamente a nossa cultura atual, na linguagem, no modo de tratamento, e até mesmo se tornando uma desvantagem no mercado de trabalho. Deste modo, foram catalogados um total de 57 casos de racismo e 20 de LGBTfobia no futebol brasileiro em 2019, aponta a pesquisa da Agência Brasil. Logo, o racismo e preconceito mesmo que maquiados, continuam existindo mesmo dentro das grandes agências esportivas, onde sempre pregam a diversidade e pluralidade cultural.
Igualmente, é notório que o esporte é uma janela para a representatividade, o que o torna o centro de debates ideológicos. Desta forma, muitos atletas acabam sendo vítimas de preconceito, que na grande maioria das vezes está ligado diretamente a sua aparência, cor, gênero ou cultura. Neste viés, ressalta Paulo Freire “A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades”.
Em vista dos fatos supracitados, faz-se necessário a adoção de medidas que venham acabar com o racismo e o preconceito no âmbito esportivo. Por conseguinte, cabe ao CNE (Conselho Nacional do Esporte), elaborar um projeto que vise extinguir os casos de racismo, por meio que leis mais rígidas, que levem a expulsão ou até mesmo o banimento em casos mais graves, afim que nenhum atleta seja vítima de qualquer tipo de preconceito. Somente assim, evitando que o cenário do jogo do PSG volte a se repetir.