* Tema: A democratização do acesso à educação financeira no Brasil.
A Constituição Federativa de 1988, norma de maior valor jurídico do Brasil, garante o pleno acesso à educação. No entanto, na prática, tal garantia é deturbada haja vista um cenário desafiador para garantir a democratização do ensino, sobretudo, financeiro. Esse cenário nefasto ocorre não só em razão da cultura consumista e capitalista composta pela marginalização de parcela da sociedade, mas também pela falta de informação de como administrar o dinheiro. Logo, faz-se necessária a análise dessa conjuntura, com o intuito de combater os obstáculos para a consolidação dos direitos constitucionais.
Nessa perspectiva, é lícito destacar que o avanço do capitalismo corroborou para o agrave dessa situação preocupante, a julgar pelo consumo exacerbado. Observa-se, então, a importância de mitigar essa problemática através da educação financeira. Fazendo analogia ao filósofo Karl Marx “A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas”, ou seja, os produtos passam a ter mais valor que o homem. Indubitavelmente, o descontrole financeiro, decorrente da falta de instrução monetária, causa enormes transtornos para pessoas e, consequentemente, para o país.
Não obstante, o Brasil não adere a matéria de finanças no currículo escolar, tal descaso impulsiona a desinformação. Nesse contexto, a educação é a ferramenta mais importante para o desenvolver da sociedade, todavia, em uma sociedade marcada pela desigualdade, nem todos tem acesso ao sistema educacional, o que contrapõe o exposto pela legislação brasileira. Consoante ao educador Paulo Freire “Se a educação sozinha não muda o mundo, sem ela tampouco a sociedade muda”.
Fica evidente, portanto, que o debate acerca da democratização do acesso à educação financeira é imprescindível para a formação de uma nação mais justa. Dessa forma, é imperativo que a Estado adicione a matéria de finanças como obrigatória no ensino básico, através de uma nova elaboração da base curricular, com o intuito de educar crianças e adolescentes a consumir de forma consciente. Além disso, a Escola deverá fazer palestras públicas e gratuitas para os membros da comunidade, em bairros periféricos, com o objetivo de abranger as classes desprivilegiadas e estabelecer uma ordem democrática.