TEMA: Maus-tratos contra os animais
“A revolução dos bichos”, fábula distópica escrita por George Orwell, conta a história dos animais de uma fazenda, os quais se rebelam contra seu criador ao perceberem que ele mantém uma relação de superioridade e dominação com os bichos. Analogamente, nota-se que o ser humano, por ter características diferentes de outros animais, como a racionalidade, acredita em uma “supremacia humana”, pois se considera melhor que os outros seres e não julga como primordial o seu bem-estar, promovendo os maus-tratos, seja por meio de experimentos científicos, seja pelo entretenimento.
Diante desse cenário, os testes realizados em animais destacam-se como influenciadores no impasse. Em 2013, ativistas invadiram o Instituto Royal, local especializado em testes medicinais, sob acusações de maus-tratos de animais em experimentos. No interior do local, encontraram muitos cães, a maioria em estado lastimável. Nesse sentido, os experimentos científicos são feitos para melhorar o bem-estar do homem, pondo em risco a vida de outros seres vivos, levando-os, muitas vezes, ao sofrimento e, por via de regra, à morte.
Outrossim, a busca pelo lazer coloca os animais, mais uma vez, à mercê do ser humano. Nesse contexto, a filósofa Hannah Arendt cunhou o termo “banalidade do mal” para se referir à repetição de comportamentos sem que ocorra o questionamento dessas ações. Em vista disso, ao perpetuar e não contestar a crueldade da espetacularização do sofrimento animal, os indivíduos corroboram a afirmação da filósofa, uma vez que, na atualidade, ainda existem esportes que utilizam os animais para gerar entretenimento e, infelizmente, possuem um grande número de entusiastas, tendo como exemplo os rodeios.
Portanto, é dever do Ministério da Ciência e Tecnologia -órgão responsável por fomentar políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica- incentivar pesquisas que não realizem testes em animais, por meio da distribuição de maior verba a essas instituições, com o intuito de diminuir os maus-tratos aos animais no meio científico. É necessária, ainda, a proibição de atividades de entretenimento que utilizem o sofrimento dos bichos para proporcionar lazer ao homem. Com essas ações, espera-se que haja um maior bem-estar dos animais.