TEMA: "AS DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PESQUISADORES NA COMUNIDADE CIENTÍFICA BRASILEIRA"
Durante o século XIX, com o advento da Segunda Revolução Industrial, a ciência proporcionou uma série de avanços técnicos e informacionais na Inglaterra, de modo que foi amplamente difundida no contexto mundial. Todavia, somente por volta da década de 1960 tal mecanismo informacional começou a ser expandido no Brasil, fator esse que acarretou dificuldades para a comunidade científica brasileira. Esse grave entrave social está ligado, principalmente, ao baixo incentivo governamental e ao desprestígio social.
Sob tal ótica, é importante destacar que a inobservância estatal contribui com o descrédito da ciência no Brasil. Isto é, a falta de investimentos nos setores acadêmicos, sobretudo os direcionados ao campo científico, restringe a realização de pesquisas e o aprimoramento dos profissionais da área, já que ambos dependem, precipuamente, do auxílio político. Essa dinâmica pode ser exemplificada na série “Sob Pressão”, disponível na plataforma de “streaming” Globo Play, na qual são narradas as dificuldades dos pesquisadores paulistas em encontrarem vacinas contra doenças epidêmicas, já que os laboratórios públicos estão em condições precárias. Desse modo, a instabilidade estamental leva à regressão do desenvolvimento social, visto que processos produtores de saber são fundamentais para a formação do cidadão.
Ademais, vale ainda salientar que o negacionismo científico, por parte da população, compromete o reconhecimento da ciência, posto que o reduzido contato da população com conteúdos relacionados ao conhecimento científico propicia o alienamento social. Nessa perspectiva, as análises humanas realizadas pelo sociólogo alemão Karl Marx confirmam tal condição do corpo social brasileio, na medida em que apresentam que os indivíduos tornam-se reféns do senso comum ao seguirem padrões desvinculados de uma visão investigativa. Desse modo, a marginalização da associação científica, tanto dos profissionais quanto dos conteúdos gerados por tais sujeitos, é um retrocesso para a nação.
Destarte, é fundamental que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Informações invista no setor científico brasileiro, por meio da destinação de verbas estatais, com o fito de financiar pesquisas, principalmente no que tange ao aperfeiçoamento da medicina do país, e qualificar os profissionais da área. Além disso, é necessário que o Ministério da Educação, órgão responsável pela promoção de atividades educativas, amplie a interação dos educandos com fenômenos pedagógicos de cunho científico, por meio de palestras e oficinas nas disciplinas de sociologia e ciências, a fim de formar cidadãos dotados de criticidade. Só assim, a comunidade científica nacional será devidamente valorizada, assim como ocorreu no território inglês durante o período industrial.