Tema - Os desafios de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil (ENEM 2020 digital)
A construção de Brasília, prevista no Plano de Metas, proposto pelo presidente Juscelino Kubitschek, tinha como objetivo promover uma maior integração entre as regiões do Brasil. Assim, levar a capital do país para o Planalto Central e construir uma malha rodoviária ligando os estados era uma tentativa de diminuir o isolamento e as desigualdades inter-regionais. Desse modo, observa-se que, desde a colonização, o Brasil apresenta diferenças socioeconômicas relevantes em seu território, agravadas pela falta de políticas públicas eficientes.
Em primeiro plano, determinadas áreas foram privilegiadas ao longo do percurso histórico, apresentando maior nível de desenvolvimento. À vista disso, o ciclo do açúcar favoreceu o Nordeste, enquanto os ciclos do ouro e do café contribuíram com estados da região Sudeste. Contudo, segundo o geógrafo Milton Santos, a globalização intensificou as desigualdades sociais, pois apresentou um modelo de economia muito mais dinâmico e volátil. Nesse sentido, as pessoas tornaram-se incapazes de acompanhar as mudanças bruscas e de se adaptar, o que aprofundou a vulnerabilidade social e econômica da população, em especial, das regiões mais pobres.
Outrossim, há uma falta de políticas públicas eficazes para solucionar problemas históricos na sociedade. Durante o Período Regencial, destacaram-se diversas revoltas. Entre elas, a Cabanagem, de caráter popular, ocorrida na Província do Grão Pará, teve como origem a extrema pobreza e o abandono político da região. Por sua vez, a Guerra dos Farrapos, no Sul do Brasil, foi fruto de questionamentos da elite local. Embora ambas tenham sido combatidas pelas tropas imperiais, as reivindicações feitas pelos cabanos foram as mais negligenciadas pelo governo central. Logo, evidencia-se o descaso para com as regiões do Norte e do Nordeste, carentes de investimentos no bem-estar da população e no desenvolvimento econômico.
Destarte, depreende-se como a trajetória econômica do Brasil, aliada à escassez de incentivos do governo, contribuíram para a discrepância econômica e social entre as regiões. Isto posto, cabe a Ministério da Economia criar projetos que promovam o crescimento econômico das regiões Norte e Nordeste. Por meio e incentivos fiscais e de facilidades na obtenção de crédito, é possível implementar projetos de industrialização em diversas localidades, assim como ocorreu na Zona Franca de Manaus. Por fim, espera-se que o crescimento financeiro e a maior oferta de empregos contribuam para a melhoria nos índices socioeconômicos em todo o território.