O slogan "Brasil: ame-o ou deixe-o", utilizado durante o governo Médici, retrata a utilização do esporte como propaganda política pela exaltação da pátria. Entretanto, apesar de o país ser mundialmente conhecido pelo futebol, os estádios brasileiros enfrentam cotidianamente a violência entre torcidas. Tal cenário precisa ser combatido e é causado, principalmente, pela falta de sociabilidade entre torcedores opostos e pela escassa segurança desses locais.
Em primeiro plano, é indubitável que os indivíduos estão cada vez mais alheios à sociedade. Segundo Zygmunt Bauman, a modernidade é líquida, ou seja, os vínculos interpessoais - antes efetivos e duradouros - estão cada vez mais fracos e escassos. Nesse sentido, elementos essenciais para eventos esportivos harmônicos- como o respeito ao diferente e a sociabilidade - não estão presentes nos estádios e, como decorrência desse processo, as torcidas de futebol se separam e entram em confronto.
Ademais, a falta de assistência estatal na segurança dos campeonatos também corrobora para a perpetuação da problemática. De acordo com o IPEA, há cerca de 7,5 mortes de torcedores por ano no país do futebol. Nesse aspecto, uma melhor vistoria dos espectadores e uma melhor contenção de discussões por policiais podem reduzir tal estatística - contribuindo, assim, para a manutenção de um ambiente destinado ao lazer.
Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para combater a violência dentro dos estádios brasileiros. Visando isso, o Ministério da Cidadania, em parceria com a mídia e os clubes de futebol, deve criar uma campanha que estimule a sociabilidade no esporte. Isso precisa ocorrer por meio de promoções para os espectadores - amigos e torcedores de times opostos - possam assistir aos jogos juntos pela metade do valor do ingresso. Tal campanha poderá ser veiculada na TV e na internet, promovendo a amizade acima da violência.