COMBATE AO USO INDISCRIMINADO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO POR CRIANÇAS
Na era digital, o uso da internet tornou-se algo comum e muitas vezes necessário entre as pessoas para a realização de tarefas comuns do cotidiano. Entretanto, a normatização desse uso desencadeou a utilização excessiva de tecnologias digitais de informação por crianças, o que contribui com inúmeras consequências negativas na formação do indivíduo. À vista disso, é relevante discutir sobre a visão dos brasileiros quanto às crianças usarem a internet e a vulnerabilidade infantil nas redes sociais.
Em face dessa compreensão inicial, a forma pela qual os pais agem diante do uso exacerbado das tecnologias digitais pelas crianças é preocupante. Quanto a isso, cabe citar a filósofa alemã Hannah Arendt, a qual afirma que o pior mal é aquele visto como algo corriqueiro. Esse pensamento ratifica o comportamento da população ao permitir que a criança utilize a internet de forma livre e diária, sem nenhum tipo de limitação, já que esse uso exagerado pode comprometer a saúde do jovem, como a diminuição da produção de melatonina — hormônio que induz o sono — ocasionada pela luz emitida pelo visor. Logo, ignorar tal aspecto é negligenciar uma perspectiva importante a ser questionada.
Ademais, a criança é um indivíduo vulnerável no mundo digital. E por se tratar de alguém ainda em formação, não possui uma consciência crítica daquilo que acontece em ambientes digitais, como as redes sociais. A título de exemplo, em uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, aproximadamente metade das crianças entrevistadas afirmaram já terem visto imagens ou vídeos com conotação sexual nas redes sociais. Assim, vê-se a urgência na mudança desse uso tão prejudicial ao público infantil.
Dessa forma, medidas devem ser tomadas no combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças. Posto isso, o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde devem, por meio de parcerias entre Estado e iniciativa privada, investir em ações educativas que têm como objetivo conscientizar a população a respeito dos riscos que as crianças possuem ao utilizar livremente a internet. Para isso, essas ações devem abordar a temática em palestras gratuitas e em entrevistas com profissionais em jornais locais, com ênfase nos danos à saúde e no perigo do espaço virtual. Com isso, será possível perceber mudanças significativas à construção de um país que preze pela segurança e saúde dos mais jovens.