Para Sócrates, filósofo grego, “não vivemos para comer, mas comemos para viver”. Tal pensamento revela o quão importante é manter uma alimentação equilibrada para a vida humana. Mesmo assim, com a realidade pandêmica, essa afirmação vem sendo, por vezes, negligenciado na sociedade, seja por conta da desigualdade social, seja devido ao ganho de peso, que inclui a falta da prática de atividades físicas e fatores emocionais. Sendo assim, é crucial rever esses empecilhos, visto que a adoção de uma boa refeição diariamente, contribui para o bem-estar fisiológico e psicológico das pessoas.
Em primeira análise, é válido reconhecer como a pandemia do novo coronavírus escancarou os diferentes aspectos da desigualdade social no Brasil. Neste contexto, destaca-se a questão referente aos hábitos alimentares. Enquanto as pessoas abonadas passaram a comer de forma saudável, reflexo do privilégio de poderem se manter em isolamento social e cozinhar em casa, a população carente, que continuou saindo para trabalhar e teve que manter as crianças fora do âmbito escolar, viu seu orçamento diminuir ou desaparecer e teve a ausência das merendas escolares para os filhos, aumentou o consumo de alimentos menos saudáveis. Isso porque os alimentos sadios estão com o preço tão elevado, que impede as pessoas de comprá-los.
Em segundo lugar, vale salientar que, de acordo com a Unicef, quase 50% dos brasileiros mudaram os hábitos alimentares durante a pandemia e para pior. Segundo dados do estudo NutriNet Brasil, nos primeiros seis meses de isolamento social, 19,7% dos brasileiros ganharam pelos menos dois quilos. No entanto, a alimentação não é o único fator que explica essa oscilação de peso. Tempo de sono, prática de atividades físicas e fatores emocionais também impactaram esse fenômeno. Por fim, seria negligente não notar o aumento da obesidade no corpo social e o risco que correm ao contrair o covid-19, pois esses indivíduos possuem maior predisposição para infecções.
Portanto, faz-se imprescindível que a mídia – instrumento de ampla abrangência – informe a sociedade a respeito dos benefícios do consumo de alimentos saudáveis e prática de exercícios físicos, por meio de debates televisivos, a fim de formar cidadãos informados acerca das vantagens que esses hábitos trazem ao sistema imunológico, físico e emocional. Paralelamente, o Estado – principal promotor da harmonia social – deve promover o acesso a produtos alimentícios, por intermédio de incentivos monetários para doação de cestas básicas às famílias menos favorecidas economicamente, com o fito de amenizar o problema.