Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que o descaso ambiental no Brasil apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto do desmatamento, quanto do desperdício de alimentos. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
Precipuamente, é fulcral pontuar que o descaso ambiental deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, o desperdício de alimentos causa emissões dos gases responsáveis pelo aquecimento global. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Ademais, é imperativo ressaltar o desmatamento como promotor do problema. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, a área desmatada na Amazônia até o ano de 2002 era superior ao tamanho do território francês. Partindo desse pressuposto, as leis contra o desmatamento não são rigorosas o suficiente, resultando em tráfico ilegal de madeira e causando alterações climáticas e erosões. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que o desflorestamento contribui para a perpetuação desse quadro deletério.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Estado, por intermédio de projetos, implemente cultivos sustentáveis e resistentes como estratégia para dar conta das mudanças climáticas causadas pelo desperdício de alimentos, além de efetivar as políticas de fiscalização e controle do desmatamento, e incentivar o reflorestamento, a fim de amenizar os impactos negativos da problemática. Desse modo, amenizará, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do descaso ambiental no Brasil, e a coletividade alcançará a Utopia de More.