Em um mundo onde relações interpessoais e atividades do cotidianos dependem cada vez mais de tecnologias, a contínua exclusão dos idosos do meio digital é uma espécie de maltrato. Isso, em razão do isolamento social e da suscetibilidade a crimes cibernéticos que essa ação provoca. Assim, é imprescindível que esses grupos de idade mais avançada sejam incluídos nessa nova realidade.
Em primeiro análise, é necessário ressaltar que grande parte das interações realizadas atualmente - especialmente durante a pandemia - são através da internet. Quando não é facilitado o acesso de idosos à tecnologia, eles podem ser alienados de familiares e amigos. Isto é retratado em um episódio da série infantil ‘Brilhante Victória’, onde o personagem Robbie, ensinando sua avó a utilizar um computador, se estressa e o desconecta da internet, sendo que a mesma queria apenas utilizar a máquina para se comunicar. Apesar de fictício, esse é um retrato extremamente real de uma sociedade que não respeita direitos básicos dos idosos. Algo que não vai apenas de encontro com os seus direitos, mas também tem grande responsabilidade nos prejuízos à saúde mental desse grupo.
Além disso, com o baixo conhecimento no funcionamento das mais recentes tecnologias, senhores e senhoras de idade ficam sujeitos a serem vítimas de crimes e golpes online. De acordo com o jornal ‘estadão’, Fábio Assolini (pesquisador da fabricante de software de segurança Kaspersky) afirma que os fraudadores costumam preferir pessoas de idade avançada. Com chances maiores de sofrer com esses tipos de ataque, percebe-se que, além de sua saúde mental, o patrimônio material dos idosos também são colocados em risco.
Entende-se, portanto, certo ageismo da sociedade quando se trata da relação de idosos e tecnologias, cabendo certas medidas para diminuir essa limitação. Inicialmente, é necessário que meios de comunicação, como a televisão, tragam mais discussões sobre como esse grupo possui total capacidade de aprender como o mundo atual funciona, seja através de propagandas ou discutindo a temática em reportagens ou novelas, combatendo preconceito com informação. Além da mídia, o estado pode agir incentivando as propagandas de conscientização e, em parcerias com órgãos como o Senac, disponibilizando cursos que ensinem idosos a manusear aparelhos tecnológicos e a se precaverem de crimes cibernéticos. Com essas ações, conseguisse incluir e educar a todos.