OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
Em meados do século XX, o escritor Stefan Zweig, se mudou para o Brasil em razão da perseguição nazista na Europa. Bem recebido e impressionado com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro ufanista cujo título é até hoje repetido: "Brasil, o país do Futuro". Entretanto, quando se observa a deficiência de medidas contra os desafios enfrentados pelo envelhecimento populacional brasileiro, nota-se que essa profecia é constatada somente na teoria. Dessa maneira, é evidente que a problemática se desenvolve não só devido à falta de políticas públicas, mas também ao preconceito da sociedade que dificulta resultados positivos.
Em primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de suporte governamental com propulsor primordial da precariedade do Amparo ao idoso. De acordo com a Constituição Federal de 1998, em seu artigo 230, é dever do Estado fornecer suporte às pessoas de idade elevada, garantindo-lhes direito à dignidade, vida e bem-estar. No entanto, órgãos competentes não elaboraram meios eficazes para proporcionar a essa parte da população políticas eficientes para viver de forma saudável e feliz. Conforme uma pesquisa de 2016 realizada pela sociedade brasileira, gerontólogos geriatras haviam 1405 profissionais para atender cerca de 23 milhões de idosos. Percebe-se então que não há, em âmbito nacional, um número proporcional de profissionais com base na quantidade de idosos aqui presentes, o que deixa esse círculo populacional ainda mais vulnerável.
Ademais, é válido observar a desvalorização e rejeição dos idosos na contemporaneidade. Numa sociedade líquida, onde se valoriza o novo desvaloriza os velhos, o pré-julgamento aos Anciões se torna algo comum, mesmo sendo uma condição de uma vida longa. Em concordância, uma pesquisa do Sesc São Paulo, de 2020 aponta que 8 a cada 10 dos entrevistados acima de 60 anos sofrem com preconceito. Esse fato negativo mostra que, os estigmas associados aos velhos são de inutilidade, dependência e fardo persistem na civilização de forma árdua. Dessa forma, os idosos podem sentir-se mal e desenvolver problemas de saúde física e mental e não serão tratados de forma adequada, pois não há investimento governamental nessa área, o que reforça ainda mais a necessidade de intervenção pública.
Portanto, medidas são necessárias para mitigar este quadro alarmante. Para tanto, o Congresso Nacional, mediante o aumento do percentual de investimentos deve direcionar capital que, por intermédio do Ministério da Saúde, será revertido em minicursos para profissionais da Saúde através da de gerontólogos com o objetivo de atender de melhor forma e mais amplamente os anciões. Além disso, é necessária uma iniciativa do Governo Federal com o objetivo de criar um programa por meio dos governos estaduais e municipais para que os idosos participem da sociedade, visando uma maior interação com a população mais jovem esta ação será capaz de mitigar ageísmo, preconceito contra o idoso, que reduzirá a longo prazo alguns dos desafios enfrentados pelo envelhecimento populacional e a profecia de Zweig será, enfim, solidificada.