“Medidas para combater a histórica evasão escolar no Brasil“
Em um dos versos do poema de Carlos Drummond de Andrade pode-se ler: tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra. Para o autor, essas pedras são como os problemas da vida. De maneira análoga à obra, observa-se o combate à histórica evasão escolar no Brasil como um entrave, devido não só pela ausência de debate, mas também pela insuficiência legislativa.
Sob esse viés, é válido destacar a falta de diálogo na sociedade como um colaborador desse impasse. Segundo Habermas, sociólogo alemão, a linguagem é uma verdadeira forma de ação. No entanto, essa ação não é frequente no país, pois a abordagem de conversas destinadas ao desinteresse escolar pelo ensino conteudista, infelizmente, são consideradas um tabu pela população. Diante dessa perspectiva, é inadmissível que as pessoas silenciem um problema como esse.
Ademais, outro fator que contribui para o agravamento dessa problemática é a insuficiência legislativa. De acordo com o filósofo John Locke, as leis foram feitas para os homens e não para as leis. Entretanto, a realidade do Brasil é contrária, visto que essa legislação, no que se refere aos direitos sociais, como o direito à alimentação, lamentavelmente, não são eficazes, uma vez que o problema continua atuando, fortemente, no contexto atual, confrontando, diretamente, com o artigo 6º da Constituição Federal de 1988, que busca garantir o pleno direito à educação de qualidade. Logo, pode-se analisar, que o não cumprimento do artigo, evidência, uma grave ruptura da ordem constitucional.
É indubitável, portanto, medidas estratégicas para alterar esse cenário. Dessa forma, é preciso que o Ministério da Educação, órgão que visa tal bem, em parceria com a prefeitura, promovam um espaço para as rodas de debates sobre um novo ensino. Tais ações comunicativas terão como foco, enaltecer a importância da discussão acerca da evasão escolar em âmbito nacional, além de evidenciar os direitos constitucionais que todo indivíduo tem, a fim de criar uma população norteada pelo senso crítico e pela informação. Sendo assim, será possível minimizar esse entrave e a pedra idealizada por Drummond poderá ser retirada do meio social.