No livro “12 Anos de Escravidão”, o autor Solomon Northup conta sua própria história, na qual, sendo negro livre, foi sequestrado e vendido como escravo para trabalhar em uma fazenda de algodão nos Estados Unidos. Apesar de se passar no século XIX, a obra reflete condições observadas hoje no país, haja vista a funesta negligência governamental, que tem por consequência nociva o agravamento da questão. Sendo assim, é fundamental a análise dos embargos e a proposta de soluções para garantir o fim do trabalho escravo no Brasil contemporâneo.
Vale ressaltar, diante desse contexto, que a displicência do Estado na gestão do problema atua como propulsora do cenário. De acordo com o Artigo 149 da Constituição de 1988, é configurado como crime reduzir um indivíduo à condição igual ou análoga à escravidão. Entretanto, casos como esses são constantemente reportados às autoridades, o que, segundo o filósofo John Locke, é uma violação do Contrato Social, uma vez que o Estado não cumpre a premissa constitucional prevista. Assim, é patente o papel degradante do Governo na gerência do entrave.
Ademais, é importante expor que, como produto da negligência do Estado, há um agravamento da problemática. Nesse contexto, segundo a Organização Escravo Nem Pensar, nos últimos 25 anos, mais de 50 mil trabalhadores escravos foram resgatados no Brasil. O número se mostra extremamente alarmante tendo em vista, não só o grau de integração do país, mas também o alto nível de desenvolvimento das comunicações, que deveriam servir de auxílio para barrar tais atividades ilícitas.
Sob essa ótica, é essencial a apresentação de meios para extirpar o entrave. Portanto, o Governo Federal, na figura do Ministério do Trabalho, deverá mapear e fiscalizar áreas com suscetibilidade ao trabalho escravo, por meio da organização de equipes policiais especializadas, a fim de garantir o fim do trabalho escravo no Brasil contemporâneo. Logo, a partir dos caminhos propostos, será possível não só o cumprimento da premissa da Carta Magna, como também o fim de histórias como a de Solomon Northup.