“A coerção é má justamente porque ignora o indivíduo como uma pessoa que pensa e tem valores, fazendo dele uma ferramenta simples para alcançar os fins de outrém”. A frase de Hayek, economista da Escola Austríaca, exprime a ideia de que a coerção - seja ela estatal ou de pensamento - deprecia o exercício da liberdade individual. Analisando esse conceito atrelado à conjuntura atual, nota-se que a ideologia de gênero faz parte desse processo coercitivo de restrição à liberdade, pois menospreza a ordem social já criada e manipula as ações dos indivíduos para benefício próprio.
Em primeiro plano, é válido evidenciarmos a ideologia de gênero como uma tentativa de refrear a ordem natural de uma sociedade, logo, também de sua liberdade social. Para entender essa lógica, deve-se ressaltar a frase do Roger Scruton, filósofo e escritor inglês: “A ordem social cria a liberdade”. É exatamente nessa conjuntura que a ideologia de gênero promove descaso com a sociedade, uma vez que ela menospreza a realidade civil da maioria, que é formada por elementos comuns como a família e a religião, os mesmos princípios que formam o conceito de liberdade para o grosso social.
Em segundo análise, deve-se analisar a manipulação presente na ideologia de gênero, saindo somente da promoção falaciosa e abstrata da promoção do respeito e da igualdade. Conforme argumenta Hobbes, filósofo inglês, a liberdade pode ser definida como ausência de coerção. Nesse viés, a liberdade atinge o significado de independência e pode ser garantida sem a ação de obstáculos externos. Todavia, no movimento político a favor da ideologia de gênero, a coerção de pensamento sobre o indivíduo é constante, instigando questionamentos sobre a sua identidade que não lhe concernem por vontade própria, ou seja, promovendo um obstáculo ao livre exercício da individualidade, favorecendo somente o próprio crescimento autoritário, e não o objeto defendido em questão. Esse cenário, certamente, configura-se desolador para a formação de uma liberdade consciente.
Verifica-se, portanto, que a ideologia de gênero não é uma solução eficiente para a promoção do respeito para pessoas que realmente carecem dela, escondendo-se somente atrás do fim de uma ordem social e a excessiva manipulação política. Nesse âmbito, cabe ao poder público, na figura do Ministério da Educação, em parceria com a mídia nacional, desenvolver campanhas informacionais - por meio de cartilhas e curta-metragens a serem veiculados nas mídias sociais - a fim de enfatizar a promoção do respeito individual, com base na mentalidade social já formada e principalmente, dissociado de movimentos políticos. Feito isso, o Brasil garantirá a campanha contra a ideologia de gênero.