A intolerância religiosa se caracteriza como o ato de perseguição, difamação ou violência contra seguidores de uma determinada crença. No Brasil, as raízes preconceituosas se estendem ao período colonial, quando os jesuítas chegaram no país implementando o processo de catequização dos indígenas nativos. Dentro do cenário hodierno, é fato que a discriminação religiosa segue avançando mundialmente, tornando-se necessário analisar tal comportamento, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e sociais.
O Brasil ainda não alcançou a verdadeira liberdade de crença. Isso se dá devido à repressão violenta a que os praticantes de certas religiões, como a umbanda e o candomblé, são expostos incansavelmente. Segundo a Constituição Federal de 1988, a igualdade de crença é direito inviolável de todos. Observa-se, entretanto, que a sociedade segue um rumo diferente: o crescimento exorbitante dos casos de denúncias e ataques discriminativos toma conta da realidade brasileira. Logo, a partir desse comportamento retrógrado, surge o medo que inúmeros religiosos têm do julgamento alheio e, muitas vezes, vergonha de expressar suas próprias crenças, temendo um possível assédio, seja físico, moral ou verbal, que possa ferir sua liberdade.
Ademais, evidencia-se que a negligência das instituições educacionais brasileiras colabora para a formação de cidadãos religiosamente intolerantes. Nesse viés, doutrinas mais tradicionais, como o catolicismo e o protestantismo, são ensinadas e disseminadas nas escolas com maior frequência, enquanto as demais crenças, a exemplo das religiões de matriz africana, são desconsideradas e se atribui menor importância. “Educai as crianças e não será preciso punir os homens", dizia o filósofo grego Pitágoras, reforçando a influência do ensino escolar na preparação ética e moral dos estudantes, que serve de alicerce para a construção de uma geração respeitosa e prudente.
Diante disso, é perceptível que as raízes históricas e sociais dificultam a erradicação da intolerância religiosa no país. Para dar um fim nesse preconceito, torna-se necessário que o Ministério da Educação, apoiado pelo governo federal, envie às escolas públicas e privadas do país representantes de diferentes religiões para levar conhecimento aos alunos e esclarecer dúvidas pertinentes ao tema. Tal ação seria realizada uma vez ao ano, no calendário escolar, por meio de palestras informativas e pela distribuição de cartilhas conscientizadoras, de forma que se garanta à população seu direito de crer. Assim, construindo uma geração de respeito, formar-se-á uma sociedade livre de preconceitos e estigmas, tal como estabelece a Constituição Brasileira.