O Estatuto da Criança e do Adolescente foi fundado em 1990 para garantir as regalias dos jovens no meio social. No entanto, nota-se que, atualmente, a exploração sexual infantojuvenil representa uma ameaça para a validação desses direitos. Dessa forma, o descaso familiar e a negligência estatal contribuem para o crescimento dessa problemática.
Em primeira análise, é imprescindível ressaltar a omissão parental. À vista disso, segundo dados divulgados no ano de 2019 pelo 13° Anuário de Segurança Pública, em um universo de 66 mil casos, aproximadamente, 80% das vítimas de abuso sexual tinham vínculo familiar com os agressores. Sob essa ótica, é perceptível a existência da exploração sexual infantojuvenil no ciclo parental, uma vez que ao analisar o corpo social, verifica-se que muitas vezes o agressor é o próprio pai, que age com a conivência da mãe da criança, devido o medo de denunciá-lo e ser alvo de retaliações. Com isso, muitos casos que são considerados como ações que infringem a integridade dos jovens ficam impunes e, consequentemente, essa omissão compromete os desenvolvimentos das vítimas. Nessa perspectiva, é fundamental que haja a quebra dos paradigmas que impedem a erradicação dessa adversidade.
Outrossim, vale salientar a negligência estatal como propulsora da problemática. Convergente a isso, o contratualista Jean-Jacques Rousseau, em sua obra "O Contrato social", mostra que o Governo deve promover melhorias para garantir a harmonia e o bem-estar social. Entretanto, observa-se que a ineficácia governamental contribui para o aumento dos casos de exploração sexual de jovens, por causa da falta de políticas públicas voltadas para o amparo desses indivíduos, como também para a garantia de seus direitos essenciais, fazendo com que esses sujeitos fiquem vulneráveis e expostos às consequências dos abusos sexuais. Dessa maneira, a ausência de ações estatais resultam em graves circunstâncias para as vítimas, como medo, dificuldades em relacionamentos e, por conseguinte, a exclusão social. Destarte, o Estado necessita tomar decisões eficazes, objetivando à erradicação dessa mazela social.
Portanto, medidas devem ser tomadas para resolver esse impasse. Desse modo, o Governo, em parceria com o Estatuto da Criança e do Adolescente, deve dinamizar a promoção de atividades que visem o amparo dos jovens que sofrem exploração sexual; isso pode ser realizado por meio da criação de políticas públicas, onde serão destinados recursos para o investimento em ações que garantam os direitos essenciais dos jovens. Ademais, a mídia, em conjunto ao Poder Público, necessita promover propagandas publicitárias, que exponham informações sobre a importância de denunciar casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, buscando educar de forma coerente os indivíduos sobre o assunto em questão. Assim, haverá a dissolução da problemática.