Segundo a Lei da Inércia, de Newton, a tendência de um corpo é permanecer parado quando nenhuma força é exercida sobre ele. Fora da Física, é possível perceber a mesma condição, no que concerne ao problema da objetificação da mulher, que segue sem uma intervenção que o resolva. Dessa forma, em razão da má influência midiática e do silenciamento, emerge um problema complexo, que precisa ser revertido. Primeiramente, é preciso salientar que a negativa influência da mídia é uma causa latente do problema. Conforme Fabrício da Mata, a sociedade não passa de massa de manobra na mão da mídia. Nesta perspectiva, pode-se observar que a mídia, em vez de promover debates que elevem o nível de informação da população, contribui para a consolidação do problema, haja vista a objetificação da mulher, de forma explícita, em comerciais de bebidas alcoólicas, uma vez que o corpo feminino é apresentado com conotação sexual e esse recurso é utilizado para induzir os telespectadores a adquirir o produto. Além disso, em algumas lutas esportivas promulgadas em canais televisivos, as mulheres se apresentam com ''biquinis'', reforçando a transformação do corpo feminino em objeto. Em segundo plano, outra causa para a configuração do problema é o silenciamento. De acordo com o filósofo Foucault, existem alguns temas que são silenciados na sociedade, com objetivos claros. Nesse sentido, percebe-se uma lacuna em torno de diálogos sobre a objetificação da mulher, tendo como base a ausência dessa pauta nas escolas, no âmbito familiar e nas próprias mídias, o que implica agravamento do problema, visto que características como a personalidade e o caráter das mulheres são desprezados em detrimento do seu corpo, tornando a resolução desse empasse mais dificultada. Portanto, diante dos aspectos conflitantes relativos à objetificação da mulher, é indiscutível a realização de ações interventivas. Para tanto, cabe às instituições de ensino, em parceria com o Ministério da Educação, a inclusão desse conteúdo no calendário escolar, a fim de explicar a importância da mulher como indivíduo na sociedade, de modo que garanta a integridade das mulheres. Ademais, essas discussões podem ser divulgadas, por meio de canais de TV e em redes sociais. É possível, também, criar uma ''hashtag'' para ganhar mais visibilidade. Assim, a objetificação da mulher deixará de compor a realidade brasileira.