"Além do horizonte existe um lugar bonito e tranquilo pra gente se amar", esses versos proferidos pelo cantor Roberto Carlos, anunciam uma sociedade positiva, sem mazelas sociais. Fora desse contexto, percebe-se a permanência de impasses relacionados à intransigência nas escolas, que representa um grande mal hodierno, distanciando a realidade brasileira da conjuntura expressa pela canção. Isto posto, faz-se necessário uma discussão acerca do problema, a fim de coibir esse cenário opressor.
A priori, vale ressaltar a má influência midiática como impulsionadora da intolerância no ambiente escolar. Segundo o teórico Pierre Bourdieu, "O que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão". Nesse viés, a mídia foi criada como aparato democrático, entretanto, isso não tem se reverberando com ênfase na prática quando se observa a intransigência nas escolas e a atuação negativa dos meios de comunicação, haja vista diversos programas que apresentam tal situação de forma deturpada, incitando a realização de algumas práticas, por exemplo o bullying, como um ato interessante para a juventude, intensificando os índices da problemática, o que, infelizmente, é evidente no país.
Além disso, é notório o descaso da família para a intolerância nas escolas. Sob esse prisma, é perceptível que um dos maiores desafios para coibir esse cenário no ambiente escolar faz menção à insuficiência de diálogo no âmbito familiar, haja vista que a ideologia do corpo social é, por vezes, o reflexo da mentalidade dos familiares da convivência diária do jovem, e este carrega, em diversos casos, os paradigmas de sua parentela, dessa forma, é evidente que a intransigência dos estudantes depende da forma de criação do indivíduo. Logo, é inadmissível a perenização desse cenário.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Governo, em parceria com a família, organize projetos com os responsáveis dos estudantes, por meio de incentivos para a criação de equipes de desmitificação e intensificação do diálogo familiar, de forma que os jovens sejam entendam desde cedo a igualdade dos indivíduos, a fim de coibir a intransigência no ambiente escolar. Assim, o Brasil se tornará mais singular e coeso, aproximando-se do contexto expresso pela canção de Roberto Carlos.