O documentário "Cowspiracy" discute os maus-tratos a suínos e bovinos cometidos na sua criação para a pecuária intensiva e sua denúncia faz emergir na sociedade atual a pauta defendida pelo movimento vegano, de não mais financiar uma indústria em detrimento do sofrimento de animais, isso através da abstenção do consumo de produtos que os tenham como origem. Entretanto, o Estado se abstém de intervir devido à relevância econômica da carne, na qual é altamente consumida em função do estigma atribuído ao veganismo de que este seria elitizado e inacessível.
Primeiramente, sabe-se que a expressividade da pecuária para a economia brasileira influencia decisões políticas que interviriam pelos animais. Isso porque ela representa cerca de 7% do PIB brasileiro. Entretanto, a Constituição Federal de 1988 responsabiliza o poder público de garantir a qualidade de vida desses seres vivos, não havendo espaço para abstração. Além do mais, hoje em dia existem startups que produzem carne com proteínas de origem vegetal, o que agregaria à agricultura. Resumidamente, existem alternativas para a substituição desse setor que estimulariam o crescimento de outros.
Em adição, percebe-se que a relutância em aderir ao veganismo deriva da concepção de que este seria elitista. Sobre isso, há influenciadores digitais, como Eduardo e Lucilene Santos, jovens periféricos, que usam suas mídias sociais para ensinar seus seguidores como alimentar-se somente com vegetais a um preço acessível e sugerindo possibilidades para produtos veganos industrializados. Em suma, há a necessidade de se levar informação para a população sobre a pauta do movimento.
Verifica-se, portanto, a necessidade a necessidade de se intervir. Dessa forma, o Ministério da Economia deve incentivar a fixação no Brasil de empresas produtoras de alimentos que substituam a carne animal. Por meio da consessão de incentivos fiscais, objetiva-se que uma maior oferta torne os produtos mais acessíveis. Ainda, através de marketing digital, visa-se informar e ampliar o público consumidor, de modo que o plantio da matéria-prima venha a preencher a lacuna deixada pela pecuária.