Na Segunda Geração do Romantismo brasileiro, escritores relataram suas pessimistas melancolias e seus desesperados desejos pela morte em suas artes. Apesar do chamado “mal do século” citado se tratar dos anos 1800, o cenário atual ainda resgata essa epidêmica tristeza crônica: a depressão. Diante da persistência desse problema atemporal, derivada do maléfico uso do mundo virtual e da assustadora deficiência estatal perante a questão discutida, evidencia-se a necessidade de abordar a problemática e nela intervir.
Primeiramente, deve-se entender como esse tópico se manifesta por intermédio da internet. Assim, de modo a conhecer a dialética do esclarecimento dos sociólogos Adorno e Horkheimer, a tecnologia pode ser usada positiva ou negativamente, dependendo se há ética empregada. Nestas circunstâncias, sabendo-se que o convívio com essa terra sem lei pode ocasionar diversas situações antiéticas que desencadeiam condições psicológicas, como manifestações de ódio, é nítido que essa grande fração do meio Web pode ser considerada o novo mal do século, que urge medidas para o controle dessa grave realidade.
Ademais, conforme o pensamento do economista Karl Marx, o trabalho é a forma mais eficaz para que o homem alcance a satisfação com a vida. Sendo assim, tendo em vista o problemático crescente desemprego no Brasil — mais de 14% da população brasileira está desempregada, segundo o IBGE de 2021 —, é notória a combinação desses elementos apresentados, que conjura o fato do país ser onde ocorrem mais casos de depressão na América Latina. Isto posto, é nítida a existência de uma preocupante falha governamental, pois a administração nacional não consegue fornecer direitos básicos ao cidadão que subjuga: ofício e saúde, fator que a deslegitima segundo a compreensão do aparelho estatal proposta pelo filósofo Thomas Hobbes.
Portanto, fica evidente que o problema ainda carece de solução. Para isso, é dever do Estado, cumprindo o plano hobbesiano, além de concretizar medidas contra o desemprego, se manifestar na forma do Ministério da Saúde ao promover atendimento para potenciais quadros da doença, por meio de portais virtuais gratuitos, garantindo mais acesso a todos que convivem com os perigos da internet. Dessa forma, será possível retardar a terrível epidemia moderna, de modo a garantir o bem-estar do brasileiro por parte do Governo, que dará atenção aos casos e possibilitará um futuro otimista, contrário à Segunda Geração do Romantismo.