o combate a intolerância religiosa no brasil
a idade moderna é caracterizada como o período correspondente ao auge valorização do pensamento racionalista e científico – cuja finalidade é desmitificar noções do senso comum -. nesse sentido, surge o ideal sociopolítico-econômico, denominado de ‘’liberalismo’’, filosofia moral baseada no desejo de emancipação individual. não distante do panorama supracitado, é fato que tal política se equipara ao mundo religioso no século xxi: hodiernamente, depreende-se a importância de livre culto para as relações sociais e da necessidade de combate ao crime que coíbe a prática, a intolerância religiosa.
em primeiro lugar, é importante destacar que, em função da profunda miscigenação cultural, construída na formação do estado brasílico, os cidadãos são expostos a uma gama ilimitada de doutrinas, assim, urge o surgimento de leis que assegurem a diversidade. de acordo com a constituição outorgada em 1988, o estado deve garantir, como direito universal brasileiro, livre exercício de rito, bem como a proteção física e a honradez dos praticantes e seu patrimônio, semelhante aos princípios vistos no liberalismo. logo, entende-se que os religiosos, do ponto de vista legal, devem ter sua crença respeitada, ato essencial para a manutenção da democracia e da identidade nacional.
em resposta a isso, presencia-se altivo número de denúncias ao crime de intolerância religiosa, visto que, as leis são obsoletas diante do comportamento social: por efeito de choques culturais, o pensamento individual etnocêntrico tende a desmoralizar um costume perante o outro. segundo o filósofo iluminista voltaire, os indivíduos têm, por direito nascituro, a liberdade de expressar seus pensamentos e opiniões, independente do juízo de terceiros. paralelamente, o portal ‘’disque 100’’ – serviço governamental de reporte a violações dos direitos humanos – declarou que, no ano de 2019, os casos de agressão por razão de culto aumentaram em 56%. dessarte, é indubitável concluir que a falta de empatia e o desrespeito, fatores de difícil dissolução em uma nação historicamente hibrida e preferencialmente cristã, corroboram para a permanência do problema.
portanto, é mister que o estado tome providências para amenizar o quadro atual. para a conscientização da população brasileira, a respeito de tal empecilho, é inevitável a ação do ministério da educação e cultura (mec) crie, por meio de verbas governamentais, um projeto de incentivo a integração de diferentes eixos culturais nas escolas, através de cartilhas e debates que informem a importância do tema. além disso, é vital a capacitação dos professores por meio de cursos que possam instruir e mitigar os preconceitos internalizados, bem como, guiar a execução do projeto. somente assim, será possível combater o crime de ódio contra a religião e alcançar a autonomia e a liberdade prevista pelo liberalismo e por voltaire.