Na série televisiva “Tô de Graça”, é apresentada Brit Spirite, a qual, discordante dos padrões de beleza estabelecidos, sente-se insatisfeita com a própria aparência. Fora da ficção, esse cenário é parte integrante da realidade brasileira, pois, assim como a personagem, inúmeros cidadãos buscam por padrões de beleza idealizados. Entretanto, esses por serem intangíveis têm causado sérias consequências, como desenvolvimento de distúrbios psicológicos e o isolamento social. Posto isso, deve-se debater esses impactos da problemática no Brasil.
À luz dessa perspectiva, destaca-se o papel das redes sociais na disseminação desses estereótipos estéticos como nocivo à saúde mental dos indivíduos e, portanto, responsável pelos distúrbios mentais desenvolvidos por esses. Isso porque, essa ação cibernética estimula nos usuários a ambição por alcançar tais modelos, os quais são inalcançáveis para alguns. Nessa linha de pensamento, denota-se o filósofo alemão Schopenhauer, esse afirma que a não consumação de um desejo gera a angústia. Dentro desse prisma, ciente de que esse sentimento é um dos sintomas de patologias psíquicas, como a depressão, é lícito afirma o desenvolvimento dessas pelos cidadãos cibernéticos como consequência da procura por paradigmas de beleza estabelecidos.
Outrossim, tem-se, em decorrência dessa conjuntura, o favorecimento do isolamento social dos cidadãos, visto a não identificação com os grupos sociais – conjunto de pessoas com características em comuns. Sob tal óptica, segundo a Sociologia, esses aglomerados são os vetores responsáveis pela interação entre os indivíduos, sendo assim, a divergência com os moldes estabelecidos propicia o isolamento social. No entanto, segundo o filósofo grego Aristóteles, o ser humano é um animal político e, por isso, carece do relacionamento com os demais para plena progressão das habilidades humanas. Nessa perspectiva, a manutenção desses parâmetros institui contexto similar ao da obra literária “Extraordinário”, em que Auggie, portador de uma doença que causa deformações faciais, opta pelo distanciamento da sociedade, tendo, por isso, dificuldades comunicativas.
Em vista do exposto, é evidente a carência por medidas governamentais que visem combater à problemática. Assim, cabe ao Ministério da Saúde elucidar a população brasileira sobre as consequências da busca por padrões de beleza idealizados, por meio de campanhas publicitárias, nas redes sociais, de modo que se atraia a atenção dos receptores da informação, a fim de evitar o desenvolvimento de patologias psíquicas e de déficits comunicativos. Dessa maneira, cenas como o de “Tô de Graça” serão dissociadas da vivência nacional.