ações para o combate ao analfabetismo funcional no brasil
em “o mito da caverna”, de platão, retrata-se um indivíduo que se liberta do mundo sensível, pautado no que parece ser, e alcança o mundo inteligível, que mostra o que, de fato, é. analogamente, o analfabetismo funcional, no brasil, impede que pessoas alcancem o mundo inteligível platônico e desfrutem de uma convivência com sabedoria. assim, é necessário entender como a falta de investimentos estatais na educação, bem como a falta de incentivo familiar, contribuem para o óbice.
diante desse cenário, é fulcral analisar a falta de investimentos estatais, nas escolas, como propagadora da problemática. ademais, paulo freire, em pedagogia do oprimido, ensina os leitores a identificarem e se libertarem de tendências opressoras, além de ajudá-los a desenvolver suas criticidades. entretanto, os ensinamentos de freire não são repassados nas salas de aula, visto que o estado brasileiro prioriza um ensino tecnicista, monótono e objetivo, que consiste em preparar o jovem para a condição de proletário para manter a estrutura capitalista e suas desigualdades sociais. por conseguinte, os estudantes não desenvolvem, de forma plena, seus intelectos e ficam reféns do autoritarismo do sistema. com isso, criam-se analfabetos funcionais, que não possuem capacidade de interpretar e mudar a realidade que vivem.
sob outro prisma, convém destacar a falta de incentivo familiar sobre o entrave. de acordo com a constituição federal de 1988, em seu artigo 227, é dever da família assegurar o direito à educação, à profissionalização e à liberdade. em contrapartida, as famílias brasileiras negligenciam a lei à medida que elas não veem a educação como meio de transformação social. consequentemente, os núcleos familiares não incentivam os pueris a estudarem e os deixam em total liberdade no período fora da escola. logo, os menores priorizam o acesso às tecnologias, como fonte de lazer, e tornam-se seres alienados, sem senso crítico e incapazes de questionar o contexto social vigente.
portanto, cabe ao ministério da educação, em parceria com governadores estaduais, valorizar as disciplinas de ciências humanas, haja vista que são imprescindíveis no desenvolvimento do senso crítico, por meio da criação e divulgação de olimpíadas municipais, estaduais, regionais e nacionais de tais matérias, a fim de garantir o interesse dos alunos e estes se libertarem das tendências autoritárias vistas na obra freireana.