Segundo a filósofa francesa Simone de Beauvoir, o pior dos problemas sociais é a habituação a eles. Essa ideologia da estudiosa explicita o cenário brasileiro hodierno no que tange à inserção do jovem no mercado de trabalho, já que se percebem desafios para esse cumprimento e não se notam esforços coletivos para a mudança do problema. Dessa forma, tal óbice origina-se, sobretudo, pela negligência estatal e pelo desconhecimento popular.
Diante desse quadro, em primeiro plano, destaca-se a falha do Estado como agravante para a inclusão deficitária dos mais novos no setor econômico. A causa desse empecilho mostra-se na influência de empresários nas decisões legislativas. Desse modo, essa dinâmica social reverbera em leis e em fiscalizações fracas, sendo assim, negligenciam-se as condições básicas de trabalho do jovem, por exemplo, salário mínimo e horas de descaso. A prova disso é explicita na fala do alemão Karl Marx, a qual disserta sobre o governo, apenas, atender as necessidades das classes mais altas. Portanto, o descaso regencial descumpre seu papel social de proteger os direitos da toda a população.
Além disso, vale ressaltar que a falta de consciência coletiva também coopera para os desafios da inserção do jovem no mercado de trabalho. A raiz desse problema demonstra-se na carência de ensino acadêmicos voltados para essa a área do país. Nesse sentido, ocorre um despreparo dos estudantes em ingressar nesse setor, consequentemente, sujeitam-se a ofícios fora de sua respectiva formação e, em casos mais graves, a subempregos. Essa ideologia é exemplificada no “Mito da Caverna” de Platão, o qual exorta que o desconhecimento individual impede o avanço social do sujeito. Dessarte, faz-se essencial a intervenção regencial para a atenuação do óbice.
Torna-se claro, por conseguinte, que soluções factíveis são necessárias para a mitigação da problemática. Nessa lógica, cabe ao indivíduo, como parte integrante da sociedade, por meio do exercício cidadão do voto, escolher políticos com as melhores propostas para suprir as necessidades do povo, objetivando o fim da negligência estatal na inclusão da segunda idade no setor monetário. Concomitantemente, o Ministério da Educação, responsável pela Base Nacional Curricular Comum, deve reformular as grades acadêmicas, por intermédio de estudos baseados na necessidade da área de empregabilidade, com o intuito de o jovem obter o preparo para a inserção nesse setor. Como efeito, conforme desejado pela filósofa Simone Beauvoir, o Brasil sairá da inércia e mudará o panorama vivenciado no mercado de trabalho pelos jovens.