Segundo a filósofa alemã Hannah Arendt, a essência dos Direitos Humanos, inspiração da Constituição Federal de 1988, é a universalização dos benefícios previstos nesse trato. Contudo, no cenário hodierno brasileiro, essa prerrogativa não se aplica, já que se notam desafios para a garantia dos privilégios básicos. Dessa forma, tal óbice origina-se, sobretudo, pela falha estatal e pela rejeição sofrida pelas minorias.
Diante desse quadro, em primeiro plano, destaca-se a negligência governamental como agravante para o descumprimento dos direitos essenciais. A causa desse problema mostra-se na perspectiva do Estado em, apenas, atender as necessidades das classes mais altas. Nesse sentido, ocorre um desamparo com os mais pobres, os quais não possuem meios para acessar os recursos básicos, por exemplo moradia e saúde, sendo assim, explicita-se uma elitização de bens universais. Essa ideia, metaforicamente, exemplifica-se na obra espanhola “O poço”, a qual narra que os privilégios se concentram nas camadas mais elevadas da sociedade. Portanto, faz-se necessária a transformação da liderança política para a redução do empecilho.
Além disso, vale ressaltar que o descaso com grupos minoritários também coopera com a efetivação da garantia dos benefícios constitucionais. A raiz disso se percebe na visão deturpada, vendo esse grupo como inferior, consequentemente, não se torna digno dos bens básicos. Desse modo, ao restringir o acesso, infringe-se a Constituição Federal, visto que esse regulamento prevê a universalização dos recursos. Essa argumentação é explicita na tese maquiavélica, a qual disserta que os modos sociais sobrepõem às leis regentes de um país. Dessarte, é indispensável a intervenção regencial para a minimização do problema.
Torna-se claro, por conseguinte, que soluções factíveis são necessárias para mitigação da problemática. Nessa lógica, cabe ao indivíduo, como parte integrante de uma sociedade democrática, por meio de seu direito de voto, escolher representantes políticos com as melhores propostas eleitorais, objetivando o atendimento das necessidades de todos os cidadãos. Concomitantemente, o Ministério da Educação, responsável pela Base Nacional Curricular Comum, deve redigir palestras, por intermédio do auxílio de especialistas nas áreas de filosofia e sociologia, com o intuito de transformar a visão social acerca das minorias. Como efeito, conforme o desejado pelo filósofa Hannah Arendt, o Brasil tornará um país mais igualitário.