A Constituição Federal de 1988, documento jurídico de maior importância no país, prevê em seu artigo 3º, a garantia do desenvolvimento nacional como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase, quando se observa as problemáticas da logística de transportes no país, o que dificulta, desse modo, a concretização desse propósito pátrio tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise da insuficiência de medidas governamentais e da carga tributária elevada como precursoras majoritárias dessa problemática. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar o descaso do governo para com a logística de transportes brasileira. Nesse sentido, segundo John Locke, na obra "Contrato Social", cabe ao Estado viabilizar ações que garantam o bem-estar populacional. Contudo, na nação verde-amarela, as dificuldades encontradas no sistema de transportes rompem com as defesas do filósofo contratualista, uma vez que, é inegável o descumprimento de garantias constitucionais indispensáveis, como o avanço da logística de carregamento. Sendo assim, a população, desamparada e sem uma boa estrutura de transporte, tem por consequência os elevados preços sobre produtos adquiridos e a lentidão no processo de entrega, resultado intrinsecamente ligado à violação dos preceitos estabelecidos na Carta Magna. Ademais, é fundamental apontar as elevadas taxas de impostos, aplicadas às operações logísticas, como elemento que favorece o avanço da problemática em questão. Nesse viés, de acordo com o estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o país com a maior carga tributária sobre logística de toda a América Latina. Diante de tal exposto, a alta tributação se configura como um complexo entrave que contribui para a persistência das dificuldades no sistema de transportes, principalmente por dificultar a redução dos custos logísticos e acarretar fretes cada vez mais altos para as empresas, prejudicando o crescimento da economia e do comércio em sua totalidade. Logo, é inadmissível que esse cenário continue perdurando. Depreende-se, portanto, a primordialidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Economia - órgão responsável pelas contas federais e pelo repasse de recursos financeiro para estados e municípios -, por intermédio do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), reduza os impostos aplicados às operações logísticas em solo nacional, a fim de combater as dificuldades da logística de carregamento nas terras tupiniquins. Somente assim, se consolidará uma sociedade mais estruturada, onde o Estado desempenha corretamente o seu "Contrato Social", tal como afirma John Locke.