A Constituição Federal, de 1988, garante uma série de direitos sociais, dentre eles, o direito à vida e à segurança. Entretanto, apesar de tal garantia, o que se percebe é a não aplicação de tal prerrogativa na prática, visto que a sociedade brasileira hodierna não valoriza a cultura indígena. Desse modo, destaca-se a falta de políticas públicas e o silenciamento social como causa notórias da problemática.
Primeiramente, evidencia-se a ausência de políticas públicas como geradora do impasse. Nesse sentido, Abraham Lincoln teceu críticas ao sistema político no geral, sempre reforçando a ideia de que a política é serva do povo e não o contrário. Com efeito, em relação ao tratamento desleixado à cultura indígena no Brasil, o que é percebido é o oposto do que Lincoln defendeu, uma vez que não há um conjunto de ações, planos e metas públicas que visem a solução das principais consequências do imbróglio, como a não demarcação das terras indígenas, gerando problemas sociais expressivos, que seriam facilmente resolvidos caso houvesse mais interesse do Estado.
Em segundo plano, ressalta-se o silenciamento social como perpetuador do óbice. Em consonância a isso, a autora Martha Medeiros discorre sobre a falta de debate social, ao afirmar que: "o indivíduo silencia aquilo que não quer que venha à tona". Dessa maneira, é notória a relação da afirmação da autora e a questão da falta de valorização dos povos indígenas, já que o Poder Governamental silencia o entrave, pois seu debate trará a exposição e fundamentação de incontáveis consequências, como a insegurança alimentar e o preconceito sofridos pelos povos nativos.
Portanto, é imperiosa a resolução do revés. Dessa maneira, a população, por meio de um projeto social online, deve criar uma campanha de incentivo, trabalhe paralelamente com ações governamentais em questões como a da valorização da cultura indígena no Brasil, para que se possa cobrar maiores ações e investimentos públicos voltados para essa parcela do contingente populacional. Tal campanha deve ter alcance nacional e com representantes em todos os estados. Além disso, o Ministério da Educação, órgão supremo garantidor da educação, deve, por meio das escolas e universidades, promover o debate acerca do tema. Espera-se, dessa forma, que a população esteja inteirada sobre o tópico e possa exercer seu protagonismo em parceria com o poder público.