O ser humano, conforme a classificação taxonômica biológica, é um animal pertencente à classe dos mamíferos, cuja uma das principais características é a presença de glândulas mamárias produtoras de leite. Desse modo, a amamentação é intrínseca da espécie humana, a qual se demonstra extremamente necessária para o desenvolvimento dos bebês. Entretanto, o aleitamento materno no Brasil enfrenta sérias dificuldades tanto pela falta de apoio e quanto pela necessidade de retorna ao mercado de trabalho.
Inicialmente, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a amamentação é um direito de todos, independentemente do local em que a mãe estiver, sendo um dever do Estado garantir condições propícias para que isso ocorra. Todavia, devido ao predomínio do conservadorismo na sociedade, muitos indivíduos possuem preconceitos com essa prática, notadamente em locais públicos, o que reprime e inviabiliza as mães de amamentarem seus filhos. Assim, Essa conjuntura, de acordo com o filósofo John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de segurar que tais cidadãos gozem de seus direitos imprescindíveis, o que necessita de mudanças.
Em segunda análise, vale ressaltar que o desmame precoce também é causado pelo retorno ao mercado de trabalho, uma vez que a licença maternidade dura somente quatro meses. Nesse contexto, embora exista o programa “empresa cidadã”, que amplia o prazo para seis meses, poucas instituições aderem isso, o que força as mães a ingressarem no emprego com seus bebês ainda necessitando do leite materno. Destarte, esse cenário vai de encontro com a recomendação da Organização Mundial de Saúde, a qual aconselha a amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses da criança com vista a conseguirem um desenvolvimento, crescimento e saúde ideais.
Diante dos fatos supracitados, percebe-se a necessidade de mudanças no contexto nacional. Portanto, cabe ao Ministério da Saúde em parceria com as mídias, incentivar a amamentação na população, por meio de programas na televisão aberta, nos quais expliquem e dismitifiquem pensamentos sobre essa prática, a fim de tornar o aleitamento materno um hábito comum e confortável a todos. Além disso, o Governo Federal deve ampliar a licença maternidade para seis meses em todo o país. Assim, ressalta-se a relevância de se resolver essa problemática no momento atual, pois, como defendeu Martin Luther King: “toda a hora é hora de fazer o certo”.